Apenas este senador votou contra PEC polêmica

Nos últimos dias, os partidos de oposição teceram diversas críticas à PEC16, criada pelo governo como objetivo de furar a lei eleitoral para permitir que o governo possa gastar R$41 bilhões em benefícios sociais em ano de eleição. No entanto, na votação realizada na última quinta, 30, nenhum representante da esquerda votou contra a proposta, que foi aprovada por 67 a 1. Apenas o senador José Serra votou contra.

Diante de tanta resistência dos partidos de esquerda, por que apenas Serra votou contra a proposta?

“Criticamos a PEC porque ela é de emergência eleitoral, isso sim. Se tivessem preocupação com o povo, já teriam tomado medidas antes. Mas é difícil votar contra os benefícios quando o povo está sofrendo”, disse Gleisi Hoffmann, presidente do PT ao UOL.

Hoffmann segue e afirma que considera a proposta “um horror”, no entanto, que em meio a crise qualquer ação ajuda. Para quem está sem dinheiro, R$ 200 a mais de auxílio já é alguma coisa, mas do ponto de vista estrutural não resolve, não é sustentável”, afirmou a deputada. 

O presidente do PDT, Carlos Lupi, criticou que esta medida tenha sido tomada apenas neste período próximo da eleição. “É uma questão de oportunismo eleitoral. Por que só agora?”, perguntou.

Em sua visão, não tinha como votar contra a PEC. “Não votamos contra porque a proposta atende aos mais necessitados. Nossa oposição é a Bolsonaro, não aos pobres”, disse ele ao UOL. 

Agora a PEC retorna para a Câmara dos Deputados, onde pode ser aprovada sem problemas, uma vez que o governo mantém grande maioria na Casa.

Bolsonaro e o Auxilio Brasil 

Falando sobre a aprovacão da PEC, Jair Bolsonaro citou o aumento no valor do Auxílio Brasil, errando o novo valor do benefício que subiu de R$400 para R$600 até dezembro deste ano. 

O governo estava pressionado com a proximidade das eleições, com Bolsonaro ocupando o segundo lugar nas intenções de voto e com aliados incentivando que fosse aprovado urgentemente um pacote social.

O presidente sentiu falta de um reconhecimento pela recente baixa no preço dos combustíveis. “Eu perguntaria a vocês: estão gostando da baixa dos combustíveis? Há pouco me culpavam pelo aumento. Quando baixa, muito se calam”, afirmou ele em uma visita a obra do rodoanel em Feira de Santana (a 109 km de Salvador).

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.