Rússia dá calote ‘gigantesco’ na dívida externa; entenda o que isso significa

Pela primeira vez desde 1918 ou desde a Revolução Bolchevique, a Rússia deixou de pagar sua dívida em moeda estrangeira. A inadimplência da Rússia começou depois que o período de carência de cerca de US$100 milhões em títulos não pagos terminar, com os pagamentos bloqueados como consequência de grandes sanções contra Kremlin depois da invasão Russa na Ucrânia. 

Estas sanções abrangentes retiraram efetivamente a Rússia do sistema financeiro global e deixaram seus ativos intocáveis para diversos investidores.

A verdade é que pelo menos por agora, o fato é mais relevante pelo seu valor simbólico. É um fato que a Rússia já é considerado um país marginalizado econômica, financeira e politicamente por uma parcela considerável do Ocidente. Esta inadimplência não aconteceria por falta de dinheiro do devedor, mas sim pelo fechamento dos canais de transferência pelos credores.

Nesta segunda, 27, uma autoridade americana afirmou que a inadimplência revela o quanto as sanções estão se refletindo na economia Russa. Esta autoridade estava dando entrevistas após a Casa Branca revelar um documento que conta em detalhes as potenciais ações do G7 para apoiar a Ucrânia e diminuir mais ainda as receitas do petróleo de Moscou.

“A notícia desta manhã sobre a descoberta da inadimplência da Rússia, pela primeira vez em mais de um século, situa a força que os EUA, juntamente com aliados e parceiros, tomou, bem como o impacto na economia russa”, disse também a autoridade dos Estados Unidos em uma entrevista durante uma cúpula do G7 na Alemanha.

Antes disso, alguns proprietários de títulos afirmaram que não tinham recebido os juros que venceram ontem, depois do fim de um importante prazo de pagamento um dia antes.

Moscou já tinha abordado o possível default nos primeiros meses de 2022, no entanto,  tinha administrado a situação mudando as formas de pagamento.

Porém, no ano passado, em maio, o Tesouro dos EUA, não fez a renovação da licença que autorizava a Rússia a pagar investidores americanos que tenham comprado ativos do país. Após isto, os russos não puderam mais arcar com a dívida em dólares ou nas moedas citadas nos prospectos das emissões. A Rússia deixou de pagar os credores estrangeiros pela última vez há mais de 100 anos.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.