Apesar de passar por um momento ruim no mundo, o mercado de criptomoedas continua crescendo no Brasil. Em abril do ano passado, 13% dos investidores brasileiros apostavam nesse tipo de ativo, segundo a plataforma Gorila. Em abril de 2022, a parcela aumentou para 18% dos investidores.
Mas um outro dado também impressiona. Entre os investidores de cripto com menos dinheiro, que representam a maioria, essas moedas digitais ocupam uma parte muito grande das carteiras. Quem tem até R$ 20 mil em investimentos deixa em média 31% aplicados nelas.
A estratégia dos grandes investidores é o inverso disso. Quem tem de R$ 20 mil a R$ 49 mil de patrimônio investido deixa em média 21% em criptomoedas. Quem tem de R$ 50 a R$ 299 mil, deixa 17%. E quem tem a partir de R$ 300 mil deixa em média 4% da carteira em moedas digitais.
Os especialistas advertem que é arriscado para os pequenos investidores apostar tanto nas cripto. Ele recomendam, na verdade, que esse tipo de ativo deva compor no máximo 10% de todo o patrimônio investido.
A razão para isso é que as criptomoedas são, por natureza, muito voláteis. Assim como elas podem se valorizar em 50% num curto espaço de tempo, elas também podem perder 50% de valor logo em seguida. O Bitcoin, por exemplo, chegou a um patamar recorde de US$ 60 mil entre setembro e novembro de 2021, mas derreteu nos meses seguintes, sendo cotado atualmente abaixo de US$ 30 mil.
Outro motivo é que boa parte dos novos investidores não tem um conhecimento profundo sobre o mercado em que estão entrando. Os criptoativos são uma tecnologia disruptiva, que ocupa cada vez mais espaço em nossas vidas, mas que têm um funcionamento complexo, mesmo para quem já vem investindo nela há anos.
O perfil atual de investidores em criptomoedas é bem diverso do que era alguns atrás. Um número cada vez maior de empresas, grandes investidores e até governos entram nesse mercado. Mas enquanto os grandes players têm capacidade de analisar com cuidado as nuances do mercado e de resistir a grandes perdas, os pequenos investidores se arriscam mais e tendem a ser levados pelo “efeito manada”, o que pode ter graves efeitos para suas finanças.
Para evitar esses riscos, os especialistas recomendam que se comece com apenas 2% da carteira investidos em cripto. Em seguida, é possível elevar para 4%. Só depois de muito tempo, com bastante estudo e considerando o desempenho dos ativos adquiridos, é que se pode chegar ao limite de 10% da carteira em moedas digitais.