De acordo com um estudo divulgado pela seguradora Allianz Trade, 11 países correm alto risco de tensões sociais devido ao aumento nos preços dos alimentos. A crise alimentar já existe e, principalmente, os países localizados na África, Ásia e Oriente Médio correm mais risco de conflitos.
A crise alimentar é capaz de gerar protestos e greves capazes de derrubar governos. Exemplo disso, foi a Primavera Árabe de 2010, na qual houve uma onda de protestos e manifestações que ocorreram em países do Norte da África e Oriente Médio.
Na época houve revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia e na Síria, grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Omã e Iémen. Por fim, no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental houve protestos menores.
Um dos motivos para a onda de protestos foi o aumento no preço dos alimentos. Considerando o atual cenário de crise alimentar, 11 países, segundo a pesquisa, correm risco de conflito, são eles: Argélia, Tunísia, Bósnia-Herzegovina, Egito, Jordânia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Turquia e Sri Lanka.
Outros países como Romênia, Bahrein, Cazaquistão, China e Arábia Saudita também enfrentam uma crise alimentar. Porém, o risco de existir uma manifestação popular é menor, já que possuem uma economia mais estruturada.
Guerra e crise alimentar
A guerra na Ucrânia é uma das causas da crise alimentar, já que ucranianos e russos são responsáveis por cerca de 30% das exportações de trigo e 15% de milho. Além disso, os dois países são importantes produtores de fertilizantes e petróleo.
(11) Como a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta a economia do Brasil? – YouTube
A África subsaariana , por exemplo, importa 85% do trigo consumido. Devido a isso, o Fundo Monetário Internacional alertou para o “risco de problemas sociais” gerado pelo aumento no preço dos alimentos.
Crise alimentar no Brasil
O Brasil é um grande produtor de alimentos, mesmo assim, muitos brasileiros enfrentam dificuldades em comprar comida. A causa é o alto preço dos alimentos, principalmente dos que compõem a cesta básica, gerados pela inflação.
Diante desse cenário, o governo está realizando redução de impostos a fim de diminuir o preço dos alimentos. Além disso, tem feito um apelo aos proprietários de supermercados para congelarem os preços dos produtos da cesta básica até o próximo ano.
Segundo o Governo, com a participação de toda a cadeia produtiva todos os brasileiros poderão ter comida em casa. É importante salientar que as pessoas em situação de vulnerabilidade social são as mais afetadas pela queda de renda e pela inflação.