Governo Federal se prejudica por proibir créditos de PIS e Cofins sobre diesel

Após uma Medida Provisória (MP) retirar o direito ao créditos de PIS e Cofins dos consumidores de óleo diesel, as empresas que prestam serviço para a União se manifestaram. A MP foi publicada em maio, e pode fazer com que estas empresas tenham que pagar mais tributos, o que pode causar um desconforto ao governo.

Isso porque, estas instituições privadas estão se organizando para pedir reequilíbrio econômico nos contratos de prestação de serviços. A fim de que não percam seus lucros com o aumento de impostos.

Logo, por consequência, o governo pode ter que pagar um valor mais alto pelos serviços que lhes são prestados. De acordo com o Valor Econômico, companhias do setor portuário já estão se movimentando para realizar o pedido.

Especialistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico acreditam que as empresas podem sim pedir reajuste no valor do contrato. Isso porque, a grande parte destes contratos contém cláusulas que repassa ao contratante as despesas com aumento de tributação.

E ainda, mesmo que isto não esteja previsto em papel, com uma ação na Justiça as empresas podem ter causa ganha e fazer valer este direito.

Corte de créditos de PIS e Cofins

Na verdade, o objetivo inicial do governo era zerar a cobrança de PIS e Cofins sobre os combustíveis. E garantir que produtores, revendedores e compradores tivessem acesso a um limite de crédito.

Acontece que na prática, com a MP do governo publicada em maio, os compradores não puderem ter a acesso a esse crédito e se viram prejudicados.

O corte de créditos do PIS e Cofins chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ao analisar o caso, o ministro Dias Toffoli concedeu uma liminar a fim de garantir que os créditos sejam repassados aos consumidores no período de 90 dias após a MP.

Em plenário virtual, os ministros da Corte deverão analisar a liminar de Toffoli a fim de tomar uma decisão sobre a legislação a ser cumprida. A previsão é que essa votação aconteça pelo menos até segunda-feira, 20.

Se a redução do imposto não for repassada ao consumidor e o consumidor não puder tomar crédito, na prática, ele tem um aumento de custo. E, entre os nosso clientes, é isso o que estamos vendo. O desconto do PIS e da Cofins não está chegando neles“, diz o advogado Luca Salvoni, do escritório Cascione, ao jornal Valor Econômico.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com