Colocar imóveis para aluguel sempre foi considerado um investimento de ganho certo. A prática se tornou comum devido à inflação vivida pelos brasileiros décadas atrás, mas, atualmente, está dando menos retorno que outros investimentos considerados estáveis.
Um levantamento realizado pela QuintoAndar, analisando imóveis colocados para aluguel no primeiro trimestre de 2022, em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, revelou que o retorno que eles dão aos proprietários é inferior ao do CDI, referência entre os investimentos de renda fixa.
Em São Paulo, o retorno médio dos alugueis foi de 4,81% ao ano, variando de 4,2%, para imóveis de 3 quartos, a 5,1%, para imóveis de apenas um quarto. No Rio de Janeiro, o retorno médio foi de 4,86% ao ano, sendo o melhor resultado alcançado entre os imóveis de 2 quartos: 5,2%. Belo Horizonte apresentou o melhor retorno médio, 5,07% ao ano, com imóveis de um quarto chegando a 6,5%.
O indicador também variou de acordo com a região da cidade. Em São Paulo, ele apresentou melhor resultado (5,6%) nos bairros da Zona Leste, enquanto no Rio de Janeiro o melhor retorno (5,4%) foi registrado na região central.
A taxa de retorno é a diferença entre o preço de venda dos imóveis e o valor dos alugueis. Ela reflete quanto do valor gasto na compra do imóvel o proprietário consegue reaver em um ano, através do aluguel.
O CDI, por sua vez, está atualmente em 12% ao ano, um rendimento alto. É preciso considerar, no entanto, que essa modalidade de investimento é um pouco volátil. Nos últimos dois anos, por exemplo, ela esteve abaixo de 5%.
Confira a evolução da taxa de retorno anual do CDI na última década:
- 2012: 8,40%
- 2013: 8,06%
- 2014: 10,81%
- 2015: 13,24%
- 2016: 14,00%
- 2017: 9,93%
- 2018: 6,42%
- 2019: 5,96%
- 2020: 2,76%
- 2021: 4,42%
Outros investimentos em renda fixa podem ter retorno maior, dependendo do prazo de resgate e do montante investido. E quando se compara o aluguel de imóvel com os investimentos em renda variável, como ações de empresas, a diferença é ainda maior, embora se deva considerar nesse caso, evidentemente, o maior risco de perda envolvido.
O investimento em imóveis é bem mais estável. Nos últimos anos, a sua taxa de retorno tem oscilado entre 4,5% e 6% ao ano, tendo fechado 2021 em 4,66%, de acordo com índice FipeZap. Além disso, é possível, em tese, ter um ganho vitalício com imóveis. Considerando todos esses fatores, o que realmente define qual é a melhor opção é o perfil do investidor.