Argentina corta imposto sobre salários para controlar a inflação; entenda como funciona

Decisão do governo argentino foi tomada para tentar diminuir a alta inflação que o país enfrenta atualmente. A medida de redução dos impostos foi exigida por sindicatos.

Na última sexta-feira, 27, o Governo da Argentina anunciou uma redução do imposto sobre os salários médios.

A decisão foi tomada para adequar a renda média dos argentinos aos reajustes salariais que ocorreram este ano em linha com a inflação alta que assola o país e pode ultrapassar 60% dentro do período.

Redução de impostos na Argentina X Inflação

A decisão de reduzir as taxas sobre o salário médio aconteceu graças a pedidos feitos por sindicados.

No entanto, mesmo tendo decidido pela diminuição, o governo ainda tem bastante dúvidas quanto ao impacto.

Isso porque, diminuir os impostos consequentemente vai fazer com que a arrecadação seja menor.

Vale lembrar que o país deve passar em breve pela revisão de um acordo com o Fundo Monetário Internacional para a reestruturação de uma dívida de US$ 44 bilhões.

Durante o anúncio, o ministro da Economia, Martín Guzmán, disse que 1,2 milhão de trabalhadores deixarão de pagar o imposto em comparação a 2019.

“Todo o esquema de políticas econômicas que realizamos é um esquema que transforma realidades (…) para que a Argentina continue no caminho da recuperação e da melhoria da capacidade de arrecadação”, acrescentou a autoridade.

A mudança no Imposto de Renda isentará do pagamento os funcionários que ganham até 280.792 pesos por mês (US$ 2.348, pelo câmbio oficial), que no último ano tiveram reajustes salariais em linha com a inflação.

E portanto, pagavam um imposto mais alto, apesar de terem um poder de compra igual ou até menor.

Crise econômica na Argentina

O país vive hoje um momento bastante complicado, com quase 40% dos argentinos estão em situação de pobreza.

O país vive um momento de alta dívida externa e inflação elevada, por isso a medida de reduzir impostos.

Em contrapartida, o atual governo argentino segue com ações um tanto controversas para frear a escalada dos preços: aumentar a taxa básica de juros.

Atualmente, na Argentina a taxa básica de juros chega a 49% ao ano e desponta como uma das maiores do mundo.

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.