Altas da Selic deveriam ser mantidas para o bem da economia; entenda visão de especialista

O gestor de multimercado da Neo Investimentos, Mario Schalch, afirma que o Banco Central corre um risco maior se desejar insistir na ideia de aumentar a Selic em apenas 0,5 ponto percentual na próxima reunião, em junho, e finalizar o ciclo de alta por aí. A declaração foi feita em entrevista ao InfoMoney.

Altas da Selic deveriam ser mantidas para o bem da economia; entenda visão de especialista
Altas da Selic deveriam ser mantidas para o bem da economia; entenda visão de especialista (Imagem: Montagem/FDR)

Nesta terça-feira (24), foram divulgados os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do Brasil. Os números ficaram acima das estimativas de mercado. Diante disso, a autoridade monetária ficou mais pressionada.

Segundo o gestor, o aumento de preços indicada no IPCA-15 de maio, novamente, se mostrou bastante disseminado. Houve um aumento de 0,59% na comparação mensal.

Ao verificar o indicador de modo mais detalhado, Schalch alega que a parte de serviços veio muito alta, distante do comum, pois são números que tendem a oscilar menos porque têm maior “inércia” — ou a fração da inflação passada que é transferida para os valores correntes.

O especialista também destaca o fato de que a inflação subiu somente 0,59% porque existiu uma diminuição na tarifa de energia. Segundo ele, tirando gasolina e energia — que são itens mais voláteis —, o índice deveria ter sido de 1,40%.

Schalch ainda defende que a desaceleração do número cheio em comparação a março não proporciona a real dimensão do que aconteceu com a inflação.

O gestor alega que o índice registrou aceleração em componentes que possuem maior inércia, como serviços. Contudo, não mostrou desaceleração em produtos industriais.

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Especialista acredita em maiores chances de ajuste na Selic

O gestor acredita que subiram as chances de existir um ajuste na taxa de juros após junho. No entendimento da casa, a inflação oficial do país deve encerrar este ano em 8,4%.

Schalch afirma que “há uma sequência de números surpreendendo para cima”. Segundo ele, possivelmente, o Banco Central seguirá elevando os juros — e sinalizará que os próximos passos dependerão de indicadores.

O especialista ainda declara que o BC, para ter opções, deve deixar a porta aberta na reunião que será feita em junho.

Mesmo compreendendo que o trajeto para a inflação desacelerar ainda é longo, o especialista admite que pode haver certo alívio inflacionário a votação do projeto que define um teto de 17% para o ICMS sobre combustíveis, transporte, energia elétrica e telecomunicações.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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