A inflação continua sendo uma grande preocupação para os brasileiros, mas alguns itens estão ficando mais baratos em meio à alta generalizada de preços. De acordo com o IPCA-15 de maio, divulgado pelo IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística) na terça-feira (24), 13 alimentos tiveram redução de preço no acumulado dos últimos 12 meses.
Na lista, há alimentos muito consumidos pelos brasileiros, como arroz, feijão-preto e carne de porco, e outros não tão consumidos, como coentro, carne de carneiro e anchova.
Veja quais alimentos ficaram mais baratos:
- Limão: -16,47%
- Arroz: -10,8%
- Carne de carneiro: -8,92%
- Banana-maçã: -7,53%
- Coentro: -6,61%
- Feijão preto: -6,5%
- Carne de porco: -4,58%
- Abacaxi: -3,18%
- Carne de porco salgada e defumada: -2,48%
- Feijão macáçar (fradinho): -1,98%
- Chá mate (erva-mate): -1,4%
- Caranguejo: -0,88%
- Peixe – anchova: -0,26%
Tomate e cenoura ficam mais baratos
Por outro lado, a maioria dos alimentos e bebidas analisadas pelo IBGE teve aumento de preço nos 12 meses até meados de maio. No total, 140 itens alimentícios ficaram mais caros para os brasileiros nesse período.
A cenoura continua como a campeã da lista, com aumento de 146,31%, mas registrou queda de -16,19% entre abril e maio, indicando que o item já está voltando para valores normais.
O mesmo ocorreu com o tomate, que acumula alta de 80,48% em 12 meses, mas registrou queda de -11% no IPCA-15 de maio. Completando o top 3, a abobrinha teve alta acumulada de 81,1%.
Quando se olha apenas a variação entre abril e maio, os seguintes itens tiveram os maiores aumentos:
- Leite longa vida (7,99%)
- Batata-inglesa (16,78%)
- Cebola (14,87%)
- Pão francês (3,84%)
Inflação vai diminuir?
O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação, indicando como os preços devem se comportar em determinado período. O resultado de maio, apesar de ser o maior para o mês desde 2016, aponta para uma desaceleração da inflação.
O IPCA-15 de abril foi de 1,73%, bem superior ao registrado agora (0,59%). Essa desaceleração se deve, sobretudo, à diminuição no valor das contas de luz, ocasionada pelo fim da bandeira de crise hídrica em 16 de abril.
Economistas e instituições financeiras, no entanto, continuam acreditando que a inflação terminará 2022 bem acima da meta estipulada pelo governo (3,5%).
“A inflação está agora não apenas muito elevada como também altamente disseminada, com projeção de que a taxa permanecerá acima de 10% até outubro de 2022 e acima de 8% até março de 2023”, avaliou o banco Goldman Sachs em relatório recente.