Empréstimo terão mudança importante com aumento da taxa Selic; descubra

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a taxa de juros Selic para 12,75% ao ano. A decisão foi tomada para tentar conter o avanço da inflação, que segue em alta no país. Diante disso como ficam os empréstimos?

Juros 

Segundo os cálculos da Associação Nacional de Executivos (Anefac), a partir deste novo aumento da Selic, a taxa de juros que será sentida pelo consumidor deverá apresentar uma variação de 1,69% em média. 

A taxa Selic é descolada das demais taxas cobradas no mercado, no entanto, uma alta dela se reflete nos juros de operações com cartão de crédito, empréstimos comerciais e financiamentos.

Financiamento imobiliário 

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, afirmou que pagar taxas de 12% ao ano em um financiamento imobiliário neste cenário atual é “praticamente inviável”. O novo patamar da Selic derrubou pela metade o fluxo de empréstimos mensais do Bradesco voltados a compra da casa própria. 

De acordo com ele, em 2021, os empréstimos do crédito imobiliário no banco estavam  entre R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões por mês. Já neste ano, eles estão girando em torno de R$ 1,5 bilhão. Octavio fala que a taxa básica de juros deve seguir em alta pelo menos até o primeiro semestre de 2023.

“Juros tão elevados reduzem a originação de crédito. Num financiamento de 20 ou 30 anos, como é o crédito imobiliário, pagar taxas de 10%, 11% ou até 12% é praticamente inviável. Não se mantém de pé”, disse Lazari na apresentação dos resultados do primeiro trimestre do Bradesco, que terminou com lucro líquido recorrente de R$ 6,821 bilhões, um incremento de 4,7% em comparação com o mesmo período do último ano.

No mesmo caminho, os altos juros também reduzem o investimento de longo prazo das empresas, segundo Lazari. Ele afirma que elas estão em busca de linhas de crédito com prazo mais curto para solucionar problemas de capital de giro. 

“Pagando juro de CDI mais 2% ou 3%, chega-se a uma taxa de 15% ao ano. A taxa Selic elevada impede que as empresas façam empréstimos de prazos mais longos”, finalizou o banqueiro.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.