Nota de R$ 50 valia R$ 86 há 9 anos; entenda

A inflação oficial do pais veio crescendo de maneira acelerada nos últimos cinco anos. O IPCA, em 2018, estava em 3,75%, patamar que pulou para 10,06% em 2021. Considerando os 12 meses até março de 2022, a inflação atingiu os 11,30%, sinalizando mais um ano de disparada de preços. Em 2013, por exemplo, uma nota de R$50 equivalia aos atuais R$86.

Diante da inflação em alta, entre março de 2017 a março de 2022, o real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra. Desta forma, atualmente com o mesmo valor, é possível comprar somente dois terços do que era possível adquirir em 2017.

Os aumentos são sentidos diariamente pela população que sempre encontram preços mais elevados para os mesmos produtos e serviços. A inflação se reflete no bolso das famílias de acordo com a faixa de renda.

Para a população mais pobre, o encarecimento nos preços de alimentos e do gás de cozinha abocanha uma grande parte da renda no início de 2022. Em 11 capitais pelo menos, somente os produtos que compõem a cesta básica já eram equivalentes a cerca de 50% do salário mínimo no mês de março. 

As famílias de alta renda, por sua vez, perceberam mais os reajustes nos transportes, que  foram puxados pelo aumento da gasolina.

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De acordo com o economista, analista CNPI e CEO da escola Eu Me Banco, Fábio Louzada, o brasileiro está sentindo a inflação de maneira mais presente pois o Brasil está atravessando o pior cenário em termos de inflação X salários.

“O brasileiro sente mais a inflação porque está nos produtos e serviços que a população mais consome no dia a dia: gasolina, gás de cozinha, alimentos, energia elétrica e aluguel. Complementando, vem o salário do consumidor que teve poucos reajustes nesse período, principalmente por conta da pandemia”, disse Louzada ao portal g1.

“Nos outros anos, por mais que a inflação subisse, os salários também subiam, então afetava um pouco menos o poder de compra”, complementou.

Segundo o economista, o crescimento da inflação é explicado por fatores nacionais e globais. “Quanto maior a instabilidade global, mais os investidores tiram dinheiro dos emergentes. A pandemia foi o principal fator nesse período, seguida da guerra na Ucrânia”, finalizou ele.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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