- O aumento da Selic afeta diretamente a área de investimentos;
- Os investimentos em renda fixa se tornam mais atrativos;
- A rentabilidade da poupança segue abaixo de outras opções.
Nesta quarta-feira (4), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic para 12,75% ao ano. A nova taxa de juros impacta no rendimento das principais aplicações de renda fixa. Descubra quais são os melhores investimentos para você fazer com a alta da Selic.
A decisão de aumentar a taxa básica de juros foi tomada de modo unânime. Esta foi a décima elevação seguida da Selic. A taxa de juros atual chegou ao maior nível em mais de cinco anos.
A decisão recente já era prevista pelo mercado. Em março, quando ocorreu a última reunião, o Copom tinha sinalizado que aumentaria a taxa de juros em 1 ponto percentual, de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano.
Esse reajuste torna os investimentos em renda fixa mais atrativa. Os juros maiores sobem a rentabilidade proporcionada por títulos de renda fixa privados e públicos — como CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e Tesouro Direto.
Entre as modalidades com maior previsão de retorno, estão as debêntures incentivadas. Estes são títulos emitidos por companhias para o financiamento de suas operações e projetos. Outras modalidades que se destacam são Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).
Apesar deste cenário favorável para a renda fixa, o rendimento da poupança não se altera. A aplicação mais tradicional do país continua com retorno de 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial).
Simulações de rentabilidade de investimentos em renda fixa após alta da Selic
De acordo com simulações do buscador de investimentos Yubb, ao g1, com a atual Selic, o retorno líquido de diversas aplicações seguirá muito acima do proporcionado pela poupança.
Para o período de 12 meses, estas são as estimativas de rendimento bruto:
- Caderneta de poupança*: 6,17%
- Tesouro Selic: 12,65%
- CDB banco médio: 14,55%
- CDB banco grande: 9,49%
- LC: 15,18%
- LCA*: 12,40%
- LCI*: 12,78%
- RDB: 14,67%
- Debênture incentivada*: 14,42%
* Estes investimentos possuem isenção de Imposto de Renda. O cálculo usado para a poupança não considera a variação da TR.
Já ao descontar o IR, este é o rendimento para o período de 12 meses:
- Caderneta de poupança*: 6,17%
- Tesouro Selic: 10,12%
- CDB banco médio: 11,64%
- CDB banco grande: 7,59%
- LC: 12,14%
- LCA*: 12,40%
- LCI*: 12,78%
- RDB: 11,74%
- Debênture incentivada*: 14,42%
Melhores investimentos para você fazer com a alta da Selic
Diante do panorama atual, a renda fixa tende a continuar mais atrativa do que a renda variável. Isso porque oferece variadas opções de menor risco — com rentabilidade atrelada à taxa Selic.
Ao g1, o assessor da 3A Investimentos, Samuel Sampaio Chagas, afirma que a próprio CDI dará retorno de 1% ao mês. Apesar disso, ele destaca que existem diversos CDBs de bancos a 120% e CDI, alguns pré-fixados entre 13% e 14% ao ano que pagam acima de 1% ao mês.
O especialista ainda reforça que há fundos imobiliários de papel — aqueles de CRI, dívida imobiliária —, com prêmio de dívida bastante alto.
De qualquer forma, no momento de aplicar, o interessado deve analisar os objetivos de investimento, a disposição de assumir mais ou menos risco, e também o possível resgate no curto prazo.
Já no caso de quem possui foco no longo prazo, a previsão de encerramento do ciclo de aumento da Selic pode representar uma oportunidade de compra de títulos de longos prazos — abrangendo também os pré-fixados.
O professor de Finanças do Coppead/UFRJ, Carlos Heitor Campani, informa ao g1 que, ao adquirir esses títulos e manter até a data de vencimento, a pessoa garantirá uma alta taxa de juros. Em meio à elevação da Selic, os títulos pré-fixados também deverão conceder uma taxa maior.
As aplicações na Bolsa de Valores devem continuar pressionados. Apesar disso, os analistas afirmam que, para o investidor focado no longo prazo, vale se atentar às oportunidades do mercado.
Sobre os fundos de investimento, a grande vantagem é a contratação de uma gestão profissional de uma diversificada carteira de ativos. Contudo, o interessado precisa observar as taxas cobradas.