A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou na quarta-feira (4) um relatório sobre a inflação no mundo, mostrando um avanço preocupante de preços em diversos países, incluindo o Brasil.
Quando se considera o G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, o Brasil possui a terceira maior taxa de inflação, perdendo apenas para Turquia e Argentina. O relatório, no entanto, não apresenta o índice na Rússia, país que teve terminou março com uma inflação de 16,7%, no acumulado de 12 meses.
Confira a seguir quais foram as taxas registradas nas maiores economias, nos 12 meses até março de 2022:
- Turquia: 61,1%
- Argentina: 55,1%
- Brasil: 11,3%
- Estados Unidos: 8,5%
- México: 7,5%
- Alemanha: 7,3%
- Canadá: 6,7%
- Itália: 6,5%
- Reino Unido: 6,2%
- África do Sul: 6,1%
- Índia: 5,4%
- Austrália: 5,1%
- França: 4,5%
- Coreia do Sul: 4,1%
- Indonésia: 2,6%
- Arábia Saudita: 2,0%
- China: 1,5%
- Japão: 1,2%
O relatório da OCDE mostra como a inflação vem subindo mesmo entre os países de economia mais estável. A União Europeia como um todo apresentou um índice de 7,8% (ante 6,2% em fevereiro), enquanto os Estados Unidos, depois de fechar 2021 com inflação em 7% (a maior dos últimos 40 anos), apresenta uma taxa de 8,5% no acumulado de 12 meses até março.
O G20 como um todo teve taxa de 7,9% no acumulado até março, depois de registrar 6,3% no resultado de fevereiro.
Quando se considera os 38 países da OCDE (organização da qual o Brasil não faz parte), a elevação de preços também é preocupante. Além da Turquia, com seus 61,1%, os outros integrantes com inflação em dois dígitos são Lituânia (15,7%), Estônia (15,2%), República Tcheca (12,7%), Letônia (11,5%), Polônia (11%) e Eslováquia (10,4%).
Mercado já vê inflação acima de 10% em 2022
Com a inflação brasileira persistindo acima de 10%, alguns economistas já acreditam que o indicador pode terminar 2022 em dois dígitos.
Nesta semana, o banco francês BNP Paribas apresentou relatório em que estima uma inflação de 10,5% para o Brasil neste ano. Se isso se confirmar, será a primeira vez desde o Plano Real que o país apresenta inflação acima de 10% por dois anos seguidos.
A instituição também acredita que os alimentos terão uma alta de 17% no período. Além dos alimentos, os itens de energia, como combustíveis, energia elétrica, gás de cozinha e gás natural também são fatores que pressionam a inflação.
O aumento de preços estimula o Banco Central a elevar a taxa básica de juros, a Selic, como forma de diminuir o consumo das famílias. Atualmente, a Selic está em 11,75%, mas economistas já preveem que ela ultrapasse os 14% em 2022.