A partir de amanhã, 3 de maio, os servidores do Banco Central decidiram retomar a greve por um período indeterminado. A greve tinha sido suspensa no último dia 20 em uma tentativa de avançar nas negociações com a diretoria do BC e também com o governo.
De acordo com Fábio Faiad, presidente do Sinal (Sindicato Nacional de Funcionários do BC), os servidores resolveram voltar com a greve nesta semana pois desde a suspensão da paralisação, não aconteceu a reunião que eles esperavam com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, como tinha sido prometido. T
Também não receberam a resposta sobre a solicitação dos servidores nem outra proposta do governo, além do reajuste de 5% proposto pelo Planalto, que, de acordo com Faiad, é insuficiente.
É pedido pelos servidores do BC uma recomposição salarial de 27%, e também outras ações de reestruturação de carreira, como a exigência de nível superior para concurso de técnico e a alteração do nome do cargo de analista para auditor.
A volta do movimento grevista, segundo Faiad, deve manter as mesmas características adotadas na primeira etapa, que começou no início do mês passado. No entanto, ele afirmou ainda que o Cupom (Comitê de Política Monetária) de maio, que acontece na próxima semana, não deve ser prejudicado, já que o Boletim Focus já foi atualizado.
Na primeira etapa do movimento, os boletins e as divulgações estatísticas do Banco Central foram interrompidas causando um atraso na publicação da ptax diária. O sistema PIX foi mantido, com o devido monitoramento e a manutenção em esquema de contingência, da mesma forma feita com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Na última sexta, 29, o presidente Jair Bolsonaro solicitou ao funcionalismo que mostre a ele “alternativas” para que seja dado o reajuste salarial maior que 5% proposto pelo governo. Bolsonaro também reconheceu que categorias como os servidores do Banco Central e da Receita Federal, que já realizam paralisações para pedir aumento de salário, têm força para parar o país caso façam uma greve geral.