Os brasileiros continuam sofrendo com a inflação, que atinge diversos itens consumidos no dia a dia. Os alimentos são um dos grupos mais afetados e o seu encarecimento prejudica especialmente os mais pobres, que gastam a maior parte da renda em produtos e serviços básicos. A seguir, explicamos quais alimentos ficaram mais caros nos últimos meses e por que os seus preços subiram.
Tomate
Não é de hoje que o tomate é visto como um vilão pelos brasileiros quando o assunto é inflação. Assim como ocorreu em períodos anteriores, a hortaliça subiu bastante de preço nos últimos meses.
Tomando como base o IPCA-15, uma espécie de prévia da inflação oficial medida pelo IBGE, o tomate acumulou alta de 117,48% em 12 meses, até meados de abril. Foi o segundo produto que ficou mais caro nesse período.
A principal causa para o aumento no preço foram as chuvas intensas no início do ano, que causaram grandes perdas nas lavouras do Sudeste e Nordeste. Com menos oferta no mercado, os preços tendem a aumentar para o consumidor.
Outra explicação está no fato de que os produtores têm diminuído a área plantada nos últimos anos, devido a uma diminuição no consumo de tomate, no início da pandemia, e a colheitas muito abundantes no início de 2021, fatores que derrubam os preços.
Analistas acreditam, no entanto, que os preços devem diminuir a partir de março, conforme a safra de inverno do tomate avança e as colheitas se tornam mais abundantes.
Cenoura
Enquanto o tomate sustenta o segundo lugar, a cenoura é soberana no topo do ranking de alimentos que ficaram mais caros nos últimos 12 meses. Nesse período, também de acordo com o IPCA-15, o preço do vegetal teve aumento de 195%.
Nesse caso, as chuvas intensas no início de 2022 também são uma das causas principais. Em fevereiro, a alta foi de 55,41% em relação ao mês anterior e o consumidor podia achar o quilo da cenoura por até R$ 14.
Mas os preços já começaram a voltar para patamares mais normais no início de abril, tendência que deve se intensificar nos próximos meses. Os distribuidores relatam já receber o produto por R$ 50 a R$ 70 a caixa de 29kg, sendo que, até pouco tempo atrás, recebiam a caixa por até R$ 140 dos produtores.
Leite e derivados
O leite longa vida está um pouco atrás no ranking de produtos que ficaram mais caros, mas também teve aumento considerável: 14,53% nos 12 doze meses até março, de acordo com o IPCA.
Alguns dos seus derivados também ficaram mais caros nesse período, com destaque para o requeijão (20,08%), iogurte e bebidas lácteas (18,15%) e queijo (14,38%).
A principal causa para os aumentos é o encarecimento da ração dos bovinos, motivado, sobretudo, pela guerra da Ucrânia, que diminuiu a oferta de grãos e fertilizantes em todo o mundo.
Açúcar
No IPCA-15 acumulado de 12 meses, o açúcar refinado teve alta de 37,66% e o açúcar cristal de 36,33%. Além de ficarem mais caros para o consumidor, o custo desses itens também aumentou para a indústria alimentícia, o que se reflete, por exemplo, no aumento dos preços de chocolates na última Páscoa.
Maiores altas
De acordo com o IPCA-15 acumulado de 12 meses, até abril de 2022, os alimentos que ficaram mais caros foram:
- Cenoura: 195%
- Tomate: 117,48%
- Abobrinha: 86,83%
- Café moído: 65,09%
- Melão: 63,26%
- Repolho: 59%,38%
- Melancia: 52,64%
- Pimentão: 50,18%
- Morango: 46,79%
- Alface: 46,22%
- Mamão: 40,33%
- Batata-inglesa: 38,68%
- Açúcar refinado: 37,66%
- Pepino: 37,03%
- Açúcar cristal: 36,33%
- Brócolis: 31,23%
- Óleo de soja: 30,10%
- Couve-flor: 29,63%
- Fubá de milho: 28,92%
- Mandioca: 27,34%
- Couve: 26,04%
- Laranja-baía: 25,40%
- Maracujá: 23,66%
- Peixe-cavala: 22,54%
- Frango em pedaços: 21,65%
- Maionese: 21,39%
- Milho em grão: 20,66%
- Margarina: 20,65%
- Requeijão: 20,34%