O aumento de casos da covid-19 na China vem inquietando o mercado global. A desaceleração no país asiático tende a causar impactos pelo mundo. Devido à quebra da cadeia mundial de fornecimento, há um aumento de preocupação que a nova paralisação causará à inflação, principalmente.
Atualmente, dezenas de cidade na China adotaram o lockdown ou isolamento parcial. Esse isolamento social, para evitar a propagação do coronavírus, já afeta centenas de milhões de habitantes.
Como o isolamento social na China deve afetar o Brasil
O lockdown chinês impacta financeiramente, especialmente, os produtos manufaturados importados pelo Brasil — como semicondutores. A escassez de oferta destes itens já acontece desde 2020, diante dos reflexos da pandemia.
Ao InfoMoney, o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, considera que, por conta da importância do país asiático em exportação de produtos industrializados, o impacto não deve ser sentido somente na cadeia de automóveis.
Entre outros itens que devem ser afetados no Brasil, estão os artefatos de borracha, eletrodomésticos, produtos eletrônicos e têxteis.
Na China, o grande gargalo vem sendo o congestionamento de contêineres. Estes recipientes transportam todos os manufaturados originários do país estrangeiro.
Na outra ponta, o economista Roberto Dumas, especialista em economia chinesa, afirma ao InfoMoney que o isolamento social causará queda no crescimento da China.
Com isso, tende a ser menor a demanda por petróleo e minério de ferro. Este item é importante na pauta de exportação do Brasil para a China.
De acordo com Sérgio Vale, as commodities do agronegócio brasileiro exportadas para o país asiático devem ser menos afetadas. Isso porque as pessoas seguirão se alimentando, mesmo diante do lockdown.
Para se estabelecer o câmbio no Brasil, tanto a China quanto Estados Unidos são importantes, conforme informado pelo economista. No caso chinês, possui relação com o crescimento econômico. Já no caso norte-americano, com os juros.
Por conta dos riscos existentes, o dólar abaixo de R$ 5 nunca foi o cenário visto pelo especialista. Sobre a China, Sérgio Vale entende ser um problema menos, por acreditar em uma breve retomada econômica. No entanto, o aumento de juros nos EUA está apenas começando, segundo ele.