O Banco Central anunciou que a segunda fase de consulta e resgate de valores esquecidos pela ferramenta Valores a Receber não será iniciada em 2 de maio, como estava previsto. O adiamento se deve à greve dos servidores do BC, iniciada em 1º de abril e suspensa temporariamente desde o dia 19.
A instituição ainda não definiu uma nota para início da segunda fase.
“A greve dos servidores do BC prejudicou o cronograma de desenvolvimento das melhorias do Sistema de Valores a Receber (SVR). O prazo de retorno do SVR, inicialmente previsto para 2 de maio, será adiado. A nova data será comunicada com a devida antecedência”, diz a nota do Banco Central.
A ferramenta Valores a Receber começou a funcionar em 24 de janeiro, mas teve que ser suspensa devido a instabilidades causadas pelo grande número de acessos. Relançada com mudanças em 14 de fevereiro, permitia aos usuários apenas consultar se tinham algum valor a receber ou não.
Em caso afirmativo, era preciso fazer nova consulta em uma data específica, conforme a data de nascimento ou fundação da empresa (no caso de pessoas jurídicas) e agendar o saque numa conta indicada pelo usuário.
Na segunda fase da consulta, no entanto, não será preciso fazer agendamentos. Em vez disso, será possível consultar o valor a que se tem direito e indicar uma conta para depósito, em qualquer dia depois que o procedimento for liberado.
R$ 4,1 bilhões
O Sistema de Valores a Receber como um todo permitirá aos brasileiros resgatar cerca de R$ 8 bilhões “esquecidos” no sistema financeiro. Cerca de metade desse valor já foi liberada na primeira fase, que abrangia valores correspondentes a:
- Contas bancárias já encerradas, inclusive em instituições financeiras que não existem mais
- Tarifas cobradas indevidamente em transações financeiras, com devolução prevista em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC
- Cotas e sobras líquidas de cooperativas de crédito
- Recursos de consórcios antigos
Na primeira fase, a maioria das pessoas que fizeram a consulta encontraram valores bem pequenos: 70% delas tinham menos de R$ 10 a receber. Por outro lado, 1.370 pessoas conseguiram resgatar valores maiores que R$ 100 mil.
Na segunda fase, o sistema contará com novas informações das instituições financeiras e R$ 4,1 bilhões em recursos provenientes de:
- Tarifas, parcelas ou obrigações cobradas indevidamente, não previstas em Termos de Compromisso assinados pelo banco com o BC;
- Contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas
- Entidades em liquidação extrajudicial
- Contas de registro em sociedades corretoras ou distribuidoras de títulos e valores mobiliários
- Fundo Garantidor de Crédito
- Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito