Bancos e fintechs são os alvos favoritos dos golpistas; saiba como se proteger

Pontos-chave
  • Bancos e fintechs são os maiores alvos de fraudadores
  • Segurança cibernética é prioridade do setor bancário
  • Maior parte das fraudes evitadas em 2022 foram voltadas para os bancos e fintechs

Em um mundo cada vez mais conectado, a segurança cibernética é uma das prioridades para o setor bancário em tecnologia. E esta prioridade tem razão de existir, uma vez que os bancos e fintechs são os grandes alvos de fraudadores. Na sequência aparecem os marketplaces, delivery e logística.

Estas informações são de uma nova pesquisa realizada pela empresa de Big data analytics e inteligência virtual Neoway, juntamente com a Combate à Fraude, especializada em soluções antifraude.

Das quase 80 mil fraudes que foram evitadas em 2022 pela Combate à Fraude, grande parte delas (72.325) foram voltadas para fintechs e bancos. Logo depois, o alvo preferido dos fraudadores são os marketplaces (5.629). Fechando o pódio, aparecem segmentos de delivery (102) e logística (21).

Este conjunto de fraudes que foram monitoradas no decorrer de 2021 tinham força para causar prejuízos econômicos de cerca de R$500 milhões com mercado do país, levando em conta o custo médio de R$6 mil por fraude, segundo a pesquisa.

Segundo o cálculo da Combate à Fraude, o ROI (retorno sobre Investimentos) em antifraude para bancos e fintechs foi de R$433,95 milhões. Nos marketplaces, o indicador representou R$33,77 milhões, o delivery R$612 mil e logística R$126 mil.

De acordo com o estudo, o RG foi o documento mais fraudado, respondendo por 41% dos casos. Na ordem, os estados do país com mais tentativas de golpe foram Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Tecnologias como big bata analytics, Optical Character Recognition (OCR) documentoscopia, biometria facial e inteligência artificial pegam, analisam e acham inconsistências que sinalizam riscos financeiros e reputacionais para as marcas, disse Alana Roos, coordenadora de inteligência de fraudes na Comb Fraude ao portal Finders.

“As organizações precisam se preparar para uma nova realidade. Aquelas que adotarem medidas preventivas terão um diferencial competitivo bastante interessante perante à concorrência.”

Na visão de Rafael Peretti, head de prevenção à fraude na Neoway, é importante, além das análises de comportamento e validações de documentos, realizar um grande estudo do perfil deste possível usuário, fornecedores e até mesmo colaboradores. É o que é  chamado de “background check”. “Além de mitigar riscos e crises, isso potencializa as oportunidades de se fazer um bom negócio”, disse ele ao Finders.

Mercado 

Nos últimos anos, foi evidente a grande aceleração na digitalização do setor financeiro, e junto a isso, também aumentou a quantidade de tentativas de ataques e fraudes. 

Segundo uma pesquisa realizada pela Febraban juntamente com a Deloitte, divulgada no início de abril, revela que os bancos reservam cerca de 10% do orçamento em média para o setor de TI para segurança cibernética, porcentagem equivalente a R$2,5 bilhões.

Neste caminho, soluções de identidade e segurança vem ganhando terreno. Entre os players que oferecem produtos e serviços na área aparecem nomes como ClearSale, único, idwall, Minds Digital, Unike Technologies, Incognia, nethone, além do Combate à Fraude e Neoway.

Golpes financeiros mais comuns

Uma pesquisa realizada pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) revelou que 22% dos entrevistados já foram vítimas de algum dos golpes financeiros. No mês de setembro, a quantidade estava em 21%. Grande parte das vítimas são pessoas com mais de 60 anos, respondendo por cerca de 30% do total, revelou a pesquisa.

Apontado por 48% das vítimas, o golpe mais comum era a “clonagem do cartão de crédito”. Neste golpe, os criminosos utilizam dados de um cartão existente para efetuar  compras pela internet, ou a troca cartões.

Porém, é expressivo o crescimento do golpe da falsa central de atendimento, apontado pelo levantamento. Neste golpe, os criminosos fingem ser funcionários de uma central de atendimentos e solicitam os dados da vítima pelo telefone para que possam utilizá-los em outras transações fraudulentas.

A pesquisa mostrou que a quantidade de entrevistado que já caíram neste golpe cresceu de 18% em setembro para 28% em dezembro. Grande parte das vítimas está na faixa etária dos 45 a 59 anos, com 39% do total.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.