‘Pix estrangeiro’: confira como funcionam os pagamentos em outros países

Pontos-chave
  • O sistema Pix permite transferências em poucos segundos;
  • Dezenas de países contam com ferramentas parecidas com o Pix;
  • A Índia e Reino Unido foram referências para a criação da plataforma brasileira.

Em novembro de 2020, o sistema Pix foi lançado no Brasil. Desde então, milhões de brasileiros vêm utilizando essa ferramenta de pagamento instantânea digital. Mesmo sendo disponibilizada há pouco tempo do Brasil, essa tecnologia já está presente em mais de 50 países.

‘Pix estrangeiro': confira como funcionam os pagamentos em outros países
‘Pix estrangeiro’: confira como funcionam os pagamentos em outros países (Imagem: Montagem/FDR)

No Brasil, a população pode contar com o sistema Pix. Criado pelo Banco Central, este é um meio de pagamento em que valores são transferidos entre contas em poucos segundos — a qualquer momento.

O Pix pode ser feito por meio de uma conta-corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga. A ferramenta está disponível em uma das 734 instituições aprovadas pela autoridade monetária. Para fazer um Pix, o brasileiro deve acessar o aplicativo ou internet banking dessa instituição.

De acordo com a FIS, fornecedora global de soluções de tecnologia para comerciantes, bancos e empresas do mercado de capitais, 56 países contam com modelos de pagamento instantâneo.

No levantamento “Flavors os Fast”, a Índia ocupa a primeira posição no ranking das nações com o maior número de transações realizadas no planeta. São 41,4 milhões de transações em tempo real/por dia.

Outro país que se destaca é o Reino Unido, com a realização média de aproximadamente 7 milhões de transações por dia.

Ao Consumidor Moderno, o sócio do escritório Ernesto Borges Advogados e MBA em Direito Empresarial, Mauricio Aude, o funcionamento dos formatos de pagamento da Índia e Reino Unido foram primordiais para o desenvolvimento do sistema Pix no Brasil.

Segundo Aude, a Índia e Reino Unido apresentaram ao mundo a possibilidade de conceder ao cliente um serviço bancário rápido, simplificado, eficiente e desburocratizado. Estes serviços também oferecem segurança, ao mesmo passo que assegura sigilo bancário e eficiência dos serviços.

‘Pix’ no Reino Unido

O Reino Unido conta com o Faster Payments, que possui grande adesão pela população.

Ao Estadão, a especialista em Finanças Pessoais e professora da Escola de Negócios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Graziela Fortunato, existe há mais de 10 anos a tecnologia de transferência monetária instantânea — e sem intermediários.

‘Pix’ na Índia

A Índia possui o Immediate Payment Service (IMPS). Esse recurso funciona de modo parecido à transferência eletrônica disponível (TED) brasileira.

O país também conta com o Unified Payments Interface (UPI), que usa smartphones para alimentar diversas contas bancárias em apenas um aplicativo móvel para o banco participante.

A nação é considerada um exemplo. Isso porque conseguiu, nos sistemas, inserir milhares de pessoas sem conta-corrente em banco.

O sistema Pix surgiu como uma alternativa a modelos tradicionais existentes
O sistema Pix surgiu como uma alternativa a modelos tradicionais existentes (Imagem: Montagem/FDR)

‘Pix’ na China

Na China, o Internet Banking Payment System (IBPS) possibilita, especialmente, transações de pagamento interbancário de varejo por internet. O recurso permite que clientes enviem pagamento online — e consigam resultados em tempo real. Em agosto de 2021, o IPBS passou a funcionar no país asiático.

Esse pagamento em tempo real chinês tem sido referência para outras nações. O motivo é que o país conta com o segundo maior número de transações instantâneas diárias. São mais de 38 milhões de operações.

Os aplicativos WeChat, da Tencent, e AliPay, do grupo Alibaba, dominam o cenário de pagamentos digitais da China. De acordo com estudo da FIS, essas duas carteiras digitais concentram cerca de 90% do mercado.

‘Pix’ nos Estados Unidos

Os Estados Unidos contam com aplicativos que possibilitam que pessoas transfiram valores instantaneamente. Exemplos disso são o Zelle e o Venmo.

Nos EUA, uma transferência bancária tradicional, tende a ser cobrada. Além disso, essas operações costumam levar alguns dias para cair na conta. Diante disso, os clientes optam por essas alternativas — que também são consideradas seguras.

Por conta da pandemia de coronavírus, os aplicativos de transferência entre bancos se popularizaram. Os comerciantes passaram a preferir transações de modo online, para evitar contato com cartão ou dinheiro.

Conforme o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), será lançado o Fednow entre 2022 e 2023. Este serviço possibilitará que todos os bancos no país estrangeiro disponibilizem opções de pagamento em tempo real. As operações poderão ser feitas em todos os dias da semana.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.