Pix parcelado ou cartão de crédito: confira qual vale mais a pena

Pontos-chave
  • PIX Parcelado será disponibilizado no segundo semestre
  • Bancos como Santander já oferecem a modalidade
  • Disputa entre o PIX parcelado e o cartão de crédito será acirrada

O PIX se tornou o queridinho dos brasileiros desde seu lançamento em 2020, sendo cada vez mais usado no dia a dia das pessoas. Ao passo que o PIX se firmou como uma forma de pagamento à vista, o PIX Parcelado foi criado para trazer uma alternativa aos cartões de crédito. A modalidade permite que os consumidores parcelem as compras contando com a mesma segurança dos pagamentos à vista.

O Banco Central projeta que esta funcionalidade seja disponibilizada no segundo semestre desta ano. Mas por enquanto, algumas instituições financeiras já oferecem o parcelamento dos pagamentos através do PIX.

O Santander foi o pioneiro entre os grandes bancos a oferecer a opção de parcelar o valor das compras pelo PIX, através da funcionalidade batizada de “Divide o Pix”. No momento da compra, é preciso ter o valor disponível em conta ou um crédito no valor da transferência. A partir daí, o cliente seleciona a data de vencimento e a qualidade de parcelas, que pode ser dividida em até 24 vezes.

O parcelamento está disponível para compras com valor a partir de R$100 e o valor mínimo da parcela é R$5. Além do pagamento de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), também, é cobrado juros de 2,09% ao mês e os clientes têm um prazo de até 59 dias para começar a pagar.

Existem fintechs como Mercado Pago e PicPay, que assim como o Santander já oferecem o parcelamento via PIX. No PicPay, os usuários conseguem parcelar as compras pelo “PIX com Cartão” em até 12 vezes. As taxas cobradas são de 3,99% por parcela.

No Mercado Pago, o parcelamento com o “QR Pix” só pode ser efetuado por usuários  que têm a linha de empréstimo pessoal disponível. Nesses casos, é possível parcelar o valor em até 12x, com a cobrança de juros de 2,5% ao mês e IOF.

Opção melhor que o cartão de crédito?

O briga do PIX com o TED e o DOC foi relativamente fácil para a solução de pagamentos instantâneos. Já a concorrência com os parcelamentos no cartão será um pouco mais acirrada, uma vez que as duas opções possuem juros.

O CEO da Matera, Carlos Netto, disse ao E-Investidor que a nova modalidade do PIX está sendo desenvolvida para ser mais atrativa que o parcelamento oferecido pelos cartões, porém, ele sinaliza que ainda é necessário observar como o mercado irá formatar esses produtos.

“Quem tem cartão e puder comprar um produto por 10 parcelas de R$ 100 não vai querer pagar 10 parcelas de R$ 105 no Pix parcelado. Se o mercado lançar um produto que gere parcelas mais caras, isso vai servir apenas para o usuário que não tem cartão de crédito e aí, neste caso, não vai ser um baque. Mas há chance do Pix parcelado gerar parcelas com o mesmo valor das parcelas de um cartão de crédito e ainda gerar mais benefícios para o pagador, como mais milhas, por exemplo”, disse.

Carlos Castro, planejador financeiro CPF da Associação Brasileiro de Planejadores Financeiros (Planejar), também falou com o E-Investidor e disse que quando for possível fazer o parcelamento sem juros, o cartão de crédito ainda vale a pena. 

Fique atento aos juros 

Mesmo com todas as facilidades na aquisição de crédito, é necessário pensar se o parcelamento é realmente a melhor escolha, uma vez que as taxas incidentes elevam o valor final. 

“O consumidor deve ficar atento aos juros,  já que a taxa Selic, que influencia o custo do crédito, está subindo. Então é preciso sempre tomar cuidado, só parcelar se não tiver outra opção e evitar utilizar crédito para financiar o consumo”, disse Carlos Castro, da Planejar ao E-Investidor.

Por fim, Carlos diz ainda que os consumidores devem avaliar se aquelas parcelas não irão comprometer sua saúde financeira, independentemente da forma de pagamento escolhida. 

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.