Consórcios voltam a chamar a atenção com o cenário de alta de juros; confira se valem a pena

Pontos-chave
  • Consórcio ganham espaço na preferência dos consumidores
  • Quantidade de adesões a modalidade cresceram 14,4% no ano passado
  • Entenda a diferença entre consórcio e financiamento

Após ficar anos parada em níveis baixos, a Selic, taxa básica de juros começou a passar por aumentos seguidos no país. A Selic subiu ainda mais na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), indo para 11,75%. Este movimento de alta abre uma brecha para que modelos de consórcios conquistem a preferencia dos consumidores.

Segundo informações da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, entre os meses de janeiro e novembro do ano passado, foi registrado um crescimento de 14,4% na adesão aos consórcios em comparação com o mesmo período do ano anterior. Considerado um intervalo de dez anos, o aumento já fica próximo de 40%.

O pensamento é básico: se a taxa de juros está alta, o preço dos imóveis, carros ou demais bens estará mais caro mediante um plano de financiamento. Já no consórcio, a história é outra, uma vez que não existe cobrança de juros.

Não existe uma forma melhor para comprar do que outra. A melhor escolha sempre será aquela que melhor se encaixa na realidade de cada consumidor. O financiamento pode ser a melhor escolha para uns, ao passo que o consórcio talvez seja mais vantajoso para outros.

Mas, o que pode ser considerado é o contexto macroeconômico atual e as projeções na economia a longo prazo, em especial para consumidores que desejam comprar um bem de valor alto, que comprometerá sua renda durante bons meses.

Consórcio ou financiamento?

Ao passo que o financiamento funciona de forma similar a um parcelamento de compra acrescido de uma taxa de juros, que pode elevar o valor do bem, a depender do prazo de financiamento escolhido, o consórcio opera de maneira alternativa e é melhor indicado  para consumidores que não tem muita pressa de usufruir do que está adquirindo.

Existe ainda uma outra diferença entre eles, o pagamento de uma entrada. Na maioria dos casos, os financiamentos exigem que os consumidores tenham, no mínimo, 20% do valor do bem para pagar no momento da compra. Já os consórcios não fazem exigências neste sentido, se mostrando uma opção mais acessível.

Para fazer o consórcio funcionar, existe uma administradora que faz a reunião dos consumidores interessados em adquirir bens parecidos e faz a coleta de parcelas que devem ser pagas todos os meses. O valor pago por todos os consumidores é somado para comprar os bens.

Mensalmente, a administradora realiza um sorteio que revela quais participantes irão receber os bens. Desta forma, é possível que, com o pagamento de apenas uma parcela, o consumidor já receba o bem e poderá aproveitá-lo enquanto paga o restante das parcelas.

Caso não seja sorteado, o cliente poderá fazer um lance, em que determina o valor que gostaria de pagar diretamente e que será abatido do preço final do imóvel, quando ele receber a carta de crédito. O lance com maior valor entre todos os consorciados é o escolhido pela administradora para que um segundo bem seja liberado naquele mesmo mês.

Desta forma, os consórcios de imóveis e de carros viram uma opção mais chamativa para aqueles consumidores que conseguem esperar para usufruir de um bem e, que por conta desta paciência, conseguem aproveitar preços menores. Ao invés de pagar juros, é cobrada apenas a taxa administrativa.

A flexibilidade é outra vantagem, uma vez que a saída de um financiamento é mais complicado.

Administradora confiável 

A escolha correta de uma administradora de consórcio é fundamental para que tudo saia como o esperado. lembre-se, que será seu dinheiro que será administrado por essa empresa durante um período longo.

Mercado em crescimento 

Em 2020, o mercado de consórcios no Brasil teve um crescimento de 20%, atingindo sete milhões de consorciados, patamar recorde, de acordo com a ABAC (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio).

No último ano, a Ademicon, empresa especializada em consórcio e que tem 31 anos de vida, comercializou R$ 8,2 bilhões em créditos, um incremento de 42% ante 2020.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.