Especialista apresenta uma previsão do futuro econômico do Brasil; confira entrevista exclusiva

Pontos-chave
  • Entrevista exclusiva do professor professor de Economia da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), Walter Franco

Em tempos de crise e eleição, futuro econômico do país preocupa os brasileiros. Nos últimos meses, a população tem sido informada sobre constantes reajustes no valor de produtos e serviços. Fazer feira ou pagar uma conta de luz, se tornou um desafio para milhares de pessoas. Abaixo, especialista apresenta uma previsão da contabilidade nacional até o fim do ano. Confira.

O Brasil está vivenciando uma das maiores crises econômicas e sociais da última década. Desde a chegada do novo coronavírus, as contas públicas e até mesmo da população passam por mudanças constantes.

Para quem está abaixo na pirâmide, como os brasileiros em situação de vulnerabilidade, simples tarefas como fazer feira ou quitar a conta de luz têm sido algo cada vez mais difícil de se realizar.

Projetos como o Auxílio Brasil estão em concessão, integrados a demais políticas públicas como o Vale Gás. Além disso, o atual governo passou a aprovar a concessão demasiada de linhas de crédito na expectativa de movimentar o PIB nacional.

Apesar das medidas, os cidadãos se questionam sobre o futuro econômico do país. Em ano eleitoral, entender quais são as propostas dos principais candidatos é algo essencial para visualizar como será a contabilidade pública dos próximos quatro anos.

Buscando esclarecer algumas dúvidas dos nossos leitores, o FDR convidou o professor de Economia da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), Walter Franco, para uma entrevista exclusiva.

Em bate papo com nossa equipe, ele explica quais são as expectativas financeiras do Brasil até o fim do ano, como as eleições impactará nos desdobramentos da inflação e mais. Confira:

Quais são as previsões econômicas até o fim do ano?

Mantenho-me bastante otimista com a retomada do emprego, o índice de desemprego abaixo de dois dígitos a partir do segundo semestre, e um excelente desempenho das exportações, o alto preço das commodities minerais e agrícolas nos mercados globais e o reaquecimento da economia local pós-pandemia. Logo vejo possibilidade de aquecimento da economia do Brasil e crescimento do PIB próximo de 2% neste 2022.

Você acredita que a inflação terá redução ao longo dos próximos meses?

O problema da inflação este ano decorre de dois problemas centrais, a quebra de diversos elos na oferta de bens e serviços no mundo em decorrência de graves problemas nas cadeias produtivas severamente afetadas pela pandemia por dois anos. O segundo problema decorre da alta persistente dos preços internacionais de forma generalizada, com destaque aos da cadeia energética, também decorrentes de problemas ainda presentes da pandemia e a guerra na Europa. A inflação persistirá no mundo todo e não será diferente no Brasil, mas o Banco Central está atento elevando a SELIC para tentar mantê-la dentro de um limite mais razoável, apesar de alto ainda em 2022, reduzindo-se daí pra frente.

Há previsão de baixa nas tarifas da gasolina?

Não no curto ou médio prazos.

Há previsão para que o poder de compra e venda da população volte a subir?

No médio e longo prazo sim. Mas o crescimento exigirá mais geração de empregos e ganhos de eficiência e produtividade do lado da produção e isto demanda mais investimentos em inovação, tecnologias, etc. e o Brasil carece destes últimos. Para aumentar poder de compra precisamos mais riqueza e isto demanda investimentos.

Com relação à empregabilidade, o que se espera do mercado de trabalho?

Nada muito novo. O Brasil para crescer a geração de emprego e à renda demanda mais investimentos, taxas de juros mais baixas e diversas reformas microeconômicas, todas difíceis de ocorrer no curto prazo.

Quais são os impactos dessa concessão de créditos recentemente aprovada pelo governo federal?

Ótimo. Crédito Às famílias é sempre positivo, tanto quanto liberação de FGTS e adiantamento de 13º salário para aposentados e pensionistas.

Como a concessão dos projetos sociais, como o Auxílio Brasil, afetam a economia?

Positivamente gerando consumo das famílias.

As eleições irão modificar o valor de produtos e serviços?

Os valores não mudam em decorrência de movimentos políticos.

O que esperar dos candidatos presidenciais com relação às pautas econômicas?

Racionalidade, respeito às regras e responsabilidade fiscal.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.