Entenda o motivo dos bancos ‘detestarem’ o Pix

Ao passo que o PIX vai ficando mais popular em todo o Brasil, os cinco maiores bancos do país constataram uma queda de cerca de R$2,7 bilhões nas receitas de serviços de conta corrente no último ano. No entanto, a solução de pagamentos criada pelo Banco Central trouxe novas possibilidades de negócios e ganhos, como por exemplo, a oferta de crédito para transações através do PIX.

Após o lançamento do Bradesco, o Santander lançou no último mês, a opção pelo PIX Parcelado, o que acirrou a disputa no setor. 

O professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV/EBAPE), István Kasznar, destacou que o PIX e suas novas funcionalidades fazem parte do planejamento de transformação digital do sistema financeiro.

“Não surpreende que o sistema bancário, sobretudo o grande banco de varejo, esteja tendo que rever o seu portfólio integrado de produtos, serviços e tarifas”, disse ele ao jornal Folha.

No último ano, as operações através do PIX cresceram cerca de cinco vezes no Santander, representando um montante transacionado de quase R$20 bilhões entre pessoas físicas. Simultaneamente, as receitas de serviços de conta corrente totalizaram R$ 3,80 bilhões, contra 3,96 bilhões em 2020, uma queda de de 3,9%. Neste cenário, o banco cresceu em uma nova linha de negócio.

PROTEJA-SE NO PIX: Os GOLPES mais comuns do novo sistema

O Santander criou o “Divide o PIX”, nova operação de crédito pessoal, que possibilita que o correntista parcele o valor da transação efetuada em até 24 vezes. É cobrada uma taxa, a partir de 2,09% ao mês e IOF sobre a transação que precisa ter o valor mínimo de R$ 100.

“Normalmente, as pessoas procuram o crédito parcelado depois de terem feito o consumo e precisarem de um fôlego financeiro. Nosso pensamento foi de inverter essa lógica e entrar no exato momento em que as pessoas estão consumindo”, explicou à Folha  Luciana de Aguiar Barros, diretora de Produtos de Crédito para Pessoas Físicas do Santander.

De acordo com ela, 80% dos clientes que fazem o parcelamento do PIX geralmente não pagam crédito. Somente na primeira semana de funcionamento, o Santander teve mais de 2 mil transações na modalidade, com parcelamento de 12 vezes em média e valor médio de R$ 880.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
Sair da versão mobile