No final de fevereiro, a bolsa de valores brasileira, a B3, recebeu o registro da primeira Cédula de Produto Rural (CPR) Verde. Esta foi emitida sob as diretrizes do decreto nº 10.828/21.
Esse título possibilita que o produtor rural — e demais agentes que atuam na cadeia no agronegócio — capte recursos, que serão direcionados ao financiamento da conservação de florestas nativas e seus biomas, definindo os critérios pelos quais essas cédulas possam ser consideradas CPRs Verdes.
O Grupo BMV coordenou o registro e estruturação dessa primeira CPR Verde. O grupo desenvolveu a Unidade de Crédito de Sustentabilidade (UCS) e sintetiza o valor de 27 serviços ambientais envolvidos em um processo de preservação.
Assim, há a possibilitação de operações com a segurança da tecnologia blockchain.
O Grupo BMV usa o Standard BMV. Este é um protocolo de certificação para pagamento de serviços de preservação. Ele estabelece condições econômicas para os produtores rurais preservarem áreas de reservas legais. Também existe o estabelecimento permanente em suas propriedades.
O diretor de relacionamento com Bancos Múltiplos e Fintechs da B3, Fabio Hull, informa que o registro da CPR Verde reforça dois compromissos da bolsa de valores brasileira.
O primeiro é “de estar ao lado do agronegócio ajudando a desenvolver um setor que é o motor da economia nacional”. Já o segundo é “de seguir induzindo as melhores práticas ESG para o mercado”.
Criação da Cédula de Produto Verde que foi registrada na B3
Em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que criou a CPR Verde.
Segundo o Ministério da Economia, a Cédula de Produto Rural Verde é uma nova alternativa de mercado para as companhas interessadas em compensar voluntariamente a emissão de gases de efeito estufa.
Diante disso, a pasta informa que existe a criação de oportunidades de investimentos agroambientais. Outros pontos citados foram o incentivo à preservação do meio ambiente e de uma economia de baixo carbono.
Para o produtor rural que realiza medidas de preservação ambiental na sua área, isso será uma fonte de renda extra.
Na prática, a CPR Verde representa uma ferramenta de pagamento por serviços ambientais (PSA). A cédula terá lastro no estoque de carbono de vegetação nativa, na absorção de crédito de carbono da produção agropecuária e em outros benefícios sistêmicos.