- Diversos fatores devem ser considerados pelo motorista antes da decisão;
- Simulação aponta que compra à vista compensa mais que aluguel;
- Contudo, aluguel compensa mais que financiamento de 100% do carro.
Devido a alguns fatores, como aumento no preço dos veículos e mudança de objetivos das pessoas, muitos vêm considerando o aluguel de carro. Apesar dessa alternativa, a pessoa deve considerar o que compensa mais, entre alugar ou comprar carro.
Tempos atrás, ter um carro significava que a pessoa tinha sucesso financeiro e independência. No entanto, as novas gerações têm observado essa questão de forma diferente. Estes cidadãos passaram a valorizar mais a experiência do que a posse de objetos.
Além desta questão, a conjuntura econômica tem sido adversa. Por conta do rompimento de cadeia causado pela crise recente, houve uma falta de semicondutores no mercado. Com isso, houve menos produção de veículos zero quilômetro — e aumento nos preços destes bens.
Em meio a este cenário, as pessoas procuraram mais os carros usados. Como resultado, os valores destes veículos também aumentaram. O panorama ruim tem feito com que muitos reconsiderassem a compra de carro.
Ao mesmo passo, tem sido visto um aumento nos serviços de carros por assinatura. Ao considerar as duas possibilidades, entenda se vale mais a pena alugar ou comprar carro, segundo especialistas consultados pelo Estadão.
Alugar ou comprar carro: perspectiva sobre o carro por assinatura
Diversas variáveis impactam os preços no aluguel ou compra de veículos. A planejadora financeira VFP pela Planejar, Daniela Mir Gelamo, afirma que os custos podem oscilar de uma região para outra. Com isso, será necessário realizar uma pesquisa apurada para compreender o que vale mais a pena.
Apesar disso, de forma geral, há alguns fatores que o motorista deve observar antes da decisão. Segundo Gelamo, diversas locadoras anunciam valores para assinatura que parecem ‘baratos’, mas com poucos recursos ou contratos de longos prazos.
No caso de assinatura, a especialista alerta para observar os contratos. Normalmente, para ter um valor menor de assinatura, a pessoa fica presa a um contrato maior. Diante disso, há menos flexibilidade.
O interessado também deve considerar a quilometragem mensal. Quanto menos quilômetros, mais barata a assinatura. Contudo, caso o cliente ultrapasse o limite, será necessário pagar uma taxa pelo excedente.
Segundo a planejadora financeira, quando alguém roda muito, nem sempre o aluguel se torna vantajoso.
Nos contratos de assinatura, os seguros envolvidos também devem ser considerados. No final, a pessoa deve se assegurar que a rotina pessoal se enquadra nas possibilidades indicadas no contrato.
Alugar ou comprar carro: perspectiva sobre o carro próprio
Na outra ponta, a compra de um veículo também possui gastos recorrentes — especialmente se o motorista tenha interesse em financiar o carro.
Gelamo explica que, nos financiamentos, o custo mensal aumentará na compra. Isso porque se paga muitos juros. Neste cenário, pode ser que locar valha mais a pena.
A especialista ressalta a importância de compreender quanto precisará pagar de entrada, quanto financiará e a taxa de juros que conseguirá — para decidir se comprará ou alugará com base nos números.
Outro ponto a se atentar é que o carro pode depreciar até 20% no final do primeiro ano. Esta perda também deve ser avaliada. Outros custos que não existem na assinatura também devem ser considerados, como IPVA, licenciamento, manutenção e seguro.
Além destes fatores, outo ponto a ser considerado é o ‘custo de oportunidade’. Ou seja, quanto renderia o dinheiro empregado na compra do veículo se fosse investido.
Conforme Gelamo, se a pessoa compra um carro, existe perda do custo de oportunidade, já que o dinheiro não renderia. O nível da taxa de juros também afeta na decisão. Isso porque o custo de oportunidade eleva quando a taxa Selic sobe. Diante disso, com o aumento dos juros, há estímulo no aluguel de carro.
Comparação de custos entre alugar ou comprar carro
A planejadora financeira realizou uma simulação de custos com o aluguel ou compra de um HB20 Evolution 1.0 Manual, com valor fixado em R$ 71.990.
Dois cenários opostos foram considerados: em que o comprador paga o carro à vista, e em que o comprador financia todo o preço do veículo. A simulação considerou a cidade de São Paulo.
Os resultados mostraram que a compra deste carro sem financiamento, o custo mensal (considerando gastos com impostos, licenciamento, manutenção, depreciação e custo de oportunidade) seria de R$ 1.282,5.
Já a média de uma assinatura de 12 meses custaria, em média, R$ 2.079,6. Por um prazo maior, de 36 meses, o custo da assinatura seria de R$ 1.779,60. Sendo assim, para quem tem todo o dinheiro para comprar a vista, vale mais a pena esta forma.
Já na hipótese de financiamento de 100% do carro, há um resultado diferente. O custo mensal do carro próprio aumenta para R$ 2.151,80. Neste cenário, foi considerada a taxa de juros de 2% ao mês. Sendo assim, o aluguel fica mais barato do que financiamento.