Os servidores do Banco Central se reuniram na segunda-feira (28) para decidir sobre a realização de greve a partir de 1º de abril. De acordo com os organizadores, dos 1.300 servidores presentes, 90% decidiram pela greve, que não tem data para acabar. Vários serviços do Banco Central devem ser prejudicados, como a supervisão de operações com Pix e o esquema de valores a receber.
Nesta terça-feira (29), o BC divulgou uma nota em que diz respeitar “o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas”. A autoridade monetária afirmou, ainda, que tem planos de contingência para preservar as operações mais sensíveis do órgão, evitando que cidadãos e instituições financeiras sejam prejudicados.
Os servidores já fazem uma paralisação parcial desde 17 de março, quando começaram a parar de trabalhar 4 horas por dia, entre as 14h e as 18h. Além disso, também trabalham no regime de operação padrão, quando os procedimentos são feitos mais lentamente. Na reunião de ontem, foi decidido que a operação padrão continua até 31 de março.
Motivos da greve
Os servidores do Banco Central, assim como todos os outros servidores federais, demonstram insatisfação desde dezembro, quando o governo sinalizou que só daria reajuste para policiais e agentes penitenciários. Desde então, uma série de atos começaram a ser organizados.
Os servidores do BC chegaram a se reunir algumas vezes com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que se mostrou disposto a negociar. Porém, até o momento não houve uma resposta concreta às principais demandas da categoria. São elas a reestruturação de carreira e um reajuste de 26,3%. O último reajuste foi feito em 2019.
Reunião com presidente do BC
Após o anúncio da greve, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, marcou uma reunião para as 16h desta terça-feira (29) com os representantes das seguintes entidades: Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central do Brasil (Sinal), Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB) e Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central do Brasil (SinTBacen).
Apesar desse avanço, é pequena a probabilidade de que os servidores consigam um reajuste agora. O governo federal teme um efeito cascata, com diversas categorias conseguindo na Justiça os seus reajustes. O Planalto deve aguardar até 3 de julho para tomar uma decisão. É esse o último dia para conceder reajustes abaixo da inflação, enquanto reajustes iguais ou superiores à inflação só podem ser dados até 2 de abril.