Nesta segunda-feira (28), ações da Petrobras recuaram mais de 2%. No fechamento, as ações ordinárias (PETR3) caíram 2,97%, a R$ 33,96. Já as preferenciais (PETR4) desvalorizaram 2,41%, a R$ 31,52. A nova onda de covid-19 na China e questão política afetaram os papéis da estatal.
O mercado vem repercutindo o maior lockdown na China desde o começo da pandemia de coronavírus, em 2020. Este cenário tem feito com que o preço do petróleo recuasse — devido à possível menor demanda por combustível.
Nesta segunda-feira, o contrato futuro do tipo Brent, referência mundial, encerrou em recuo de quase 7%. Isso aconteceu em meio à preocupação de que o isolamento na China afete a demanda mundial por energia.
Além deste fator, cabe destacar que os valores das commodities vêm apresentando volatilidade desde o começo da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em relatório, o estrategista global do Rabobank, Michael Every, informa que os investidores devem seguir observando grandes variações no mercado. Ele argumenta que o lockdown recente na China é economicamente sério o suficiente para justificar o recuo do Brent.
Apesar disso, Every ressalta que ninguém descarta que os valores do petróleo possam aumentar novamente.
Questão política também afeta ações da Petrobras
Ao InfoMoney, o especialista em investimento da Invest Consultoria, Juan Espinhel, afirma que — além da preocupação sobre o impacto na demanda por petróleo depois do anúncio de novos lockdowns na China — as cotações da estatal na Bolsa de Valores também foram impactadas pela questão política.
Isso acontece por conta de comentários do presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula sobre a Petrobras. Sobre Lula, o especialista ressalta que o petista sinalizou, no final de semana que mudará a política de preços da Petrobras caso seja eleito.
Nesta segunda, o mercado reagiu após Bolsonaro decidir retirar Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. No lugar do general, foi indicado o economista Adriano Pires.
Com a mudança recente, Silva e Luna não conseguiu ficar à frente da estatal por um ano. O general assumiu a presidência em abril do ano passado. Bolsonaro decidir mudar a direção da companhia devido à insatisfação com a alta de valores dos combustíveis.