Paulo Guedes diz que ‘há mais iPhones no Brasil do que pessoas’; frase gera polêmica

Ministro da Economia se pronuncia sobre inflação com frase polêmica. Nessa semana, em entrevista a Carta Capital, Paulo Guedes afirmou que o Brasil “tem mais iPhones do que gente”. De acordo com ele, o país não se encontra em forte crise como se diz na imprensa. Entenda os detalhes.

Paulo Guedes diz que 'há mais iPhones no Brasil do que pessoas'; frase gera polêmica (Imagem: FDR)
Paulo Guedes diz que ‘há mais iPhones no Brasil do que pessoas’; frase gera polêmica (Imagem: FDR)

Nos últimos dias, muito tem se falado sobre a economia nacional. O Brasil está em um intenso período de inflação, com a cesta básica, gasolina e demais produtos em constante alta. Questionado sobre essa situação, Paulo Guedes negou sua gravidade. De acordo com ele, a população está tranquila, pois há mais iPhones do que pessoal.

“A pandemia nos jogou aceleradamente para um futuro que nós já estávamos vivendo. O nosso presidente já era um presidente digital. Já somos o quarto maior mercado digital do mundo. Tem mais iPhones no Brasil do que população. Os brasileiros têm um, dois iPhones, às vezes”, disse Guedes, sem citar a fonte da informação.

De acordo com um levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2021, tinham 242 milhões de smartphones para uma população de 212,6 milhões de pessoas.

Economia em declínio

Analistas políticos afirmam que o pronunciamento de Guedes teve como finalidade tirar o foco do assunto da inflação. Diante de seu cargo de chefe da economia federal, ele te ciência de que qualquer pronunciamento tende a ser repercutido na imprensa.

Ou seja, pode-se considerar sua fala sobre os iPhones e digitalização nacional como uma espécie de cortina de fumaça, para minimizar os debates sobre a atual realidade financeira do país.

Somente nas últimas semanas, a gasolina passou a ser comercializada por mais de R$ 7 e a cesta básica teve aumento em todos os estados nacionais. As contas de luz, também se mantém acima da bandeira vermelha e não há a menor previsão de recuperação fiscal.

Para a população, o poder de compra e venda está cada vez mais reduzido. Os cidadãos que vivem com apenas um salário mínimo, no valor de R$ 1.212, buscam por fontes extras de renda e outra parcela da sociedade recorre a uma mensalidade de R$ 400 concedida por meio do Auxílio Brasil.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.