Ações da Petrobras despencam mesmo com alta do petróleo

A semana começou com o conflito entre Rússia e Ucrânia pautando os mercados pelo mundo e o petróleo se manteve com preços altos. Em uma decisão que possivelmente vai no caminho seguido pela União Europeia, os Estados Unidos não extingue a possibilidade de fechar as portas para o petróleo vindo da Rússia, a ponto de já estarem em negociações com a Venezuela.

A Casa Branca se mostra aberta a derrubar as barreiras para dar conta da demanda dos americanos.

No decorrer do dia, as cotações da referência global, no mercado futuro de Londres, bateram a bagatela de US$ 140 por barril. Este resultado marcaria um salto de 44% em apenas 8 pregões desde o início do conflito.

Falando sobre a Petrobras, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da estatal despencaram 7,65%. As preferenciais (PN, com preferência por dividendos), outros 7,10%. Até o momento, a empresa vai adiando os repasses desse rali aos seus preços finais, meso que os custos com importação de combustíveis só aumentem. Sendo assim, ao passo que a estatal atua alinhada os apelos públicos do presidente Bolsonaro, ela impacta negativamente os resultados financeiros e de acionistas.

Uma reunião com a presença de ministros e dirigentes da empresa foi convocada na tarde de ontem, 7, com a finalidade de romper de forma oficial com a chamada paridade internacional. Anteriormente, o governo havia indicado um nome para ficar na presidência do Conselho de Administração da Petrobras, o de Rodolfo Landim, conhecido pela sua atuação a frente do Flamengo.

Landim, que é engenheiro da área do petróleo, volta a Petrobras após 16 anos. No ano de 2006, durante o governo Lula, ele presidia a Petrobras Distribuidora. Na época, a estatal não olhava as flutuações de mercado internacional, como é da vontade de Jair Bolsonaro. 

Ao passo que os preços do petróleo estavam nas alturas, as ações da Petrobras e de companhias aéreas desabavam. As companhias possuem cerca de 30% dos seus custos de operação voltados a combustíveis. Se eles encarecem, seus resultados sofrem. O  papel da Azul ficou na lanterninha nesta segunda, com 18,00%, seguido bem de perto  pelos 10,76% da Gol.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.