PIB brasileiro cresceu 4,6% em 2021; entenda o que isto significa para a economia

Pontos-chave
  • O PIB per capita registrou aumento no ano passado;
  • Altas nos serviços e indústria favoreceram o crescimento econômico;
  • A agropecuária foi o único setor que apresentou queda anual.

Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. No quarto trimestre do ano passado, o PIB brasileiro cresceu 0,5%. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

PIB brasileiro cresceu 4,6% em 2021; entenda o que isto significa para a economia
PIB brasileiro cresceu 4,6% em 2021; entenda o que isto significa para a economia (Imagem: Montagem/FDR)

Diante deste avanço, a economia brasileira recuperou as perdas de 2020, quando houve uma perda de 3,9%. No ano passado, o PIB per capita chegou a R$ 40.688. isso representa uma elevação de 3,9% em comparação ao ano anterior.

O PIB indica a soma de todos os bens e serviços produzidos no país — e tem a função de medir a evolução econômica.

No ano passado, o crescimento econômico brasileiro foi puxado pelos aumentos nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%). Estes dois representam 90% do PIB nacional. Na outra ponta, a agropecuária caiu 0,2%.

Performance do setor de serviços no PIB brasileiro

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destaca que todas as atividades que compõem os serviços elevaram em 2021. Ela destacou o segmento de transporte, armazenagem e correio (11,4%).

Palis argumenta que houve aumento considerável do transporte de passageiros, especialmente, no fim do ano — diante da retomada da polução às viagens.

Segundo ela, a atividade de informação e comunicação (12,3%) também cresceu puxada por internet e desenvolvimento de sistemas.

A coordenadora ressalta que essa atividade já vinha desenvolvendo antes da pandemia de coronavírus. Contudo, devido ao isolamento social e outras alterações causadas pelo cenário, esse processo foi intensificado.

Ainda houve elevação no comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).

O desempenho do comércio ajudou na alta do PIB brasileiro em 2021
O desempenho do comércio ajudou na alta do PIB brasileiro em 2021 (Imagem: Montagem/FDR)

Performance do setor da indústria no PIB brasileiro

No setor da indústria, foi destacada performance da construção, que aumentou 9,7% em 2021 — após a queda de 6,3% em 2022. O crescimento foi corroborado pela alta da ocupação na atividade.

Com peso maior no setor, as indústrias de transformação (4,5%) também aumentaram.

Elas foram influenciadas, principalmente, pela elevação nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não-metálicos; e indústria automotiva.

As indústrias extrativas subiram 3,0%. Isso por conta do aumento na extração de minério de ferro.

A única atividade que não aumentou foi eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. Houve uma queda de 0,1%. O que aponta uma estabilidade. Rebeca Palis explica que a crise hídrica prejudicou a performance da atividade no ano passado.

Performance do setor de agropecuária no PIB brasileiro

O setor de agropecuária — que tinha aumentado em 2020 — caiu 0,2% em 2021. Isso aconteceu diante da estiagem prolongada e de geadas.

A coordenadora afirma, apesar da alta anual da produção de soja (11,0%), culturas importantes da lavoura tiveram redução na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021 — como a cana-de-açúcar (-10,1%), o milho (-15,0%) e o café (-21,1%).

Palis explica que a baixa performance da pecuária é, principalmente, por conta da diminuição nas estimativas de produção dos bovinos e de leite.

Outros destaques do PIB brasileiro

Ao contrário do que ocorreu em 2020, todos os componentes da demanda cresceram em 2021. Estes pontos favoreceram o desenvolvimento do PIB no último ano.

O consumo das famílias aumentou 3,6% e o do governo elevou 2,0%. Um ano atrás, esses componentes tinham diminuído, respectivamente, 5,4% e 4,5%.

A especialista afirma que ocorreu uma retomada da ocupação em 2021. Contudo, a inflação alta prejudicou bastante a capacidade de consumo das famílias. Os juros passaram a aumentar. Além disso, houve os programas assistenciais do governo.

Ou seja, ela explica que fatores positivos e negativos influenciaram o resultado do consumo das famílias em 2021.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) subiram 17,2%, favorecidos pela construção — que caiu no ano anterior —, e pela produção interna de bens de capital. Em um ano, a taxa de investimento aumentou de 16,6% para 19,2%.

A balança de bens e serviços subiu 12,4% nas importações 5,8% nas exportações. No ano anterior, houve uma queda, respectivamente, de 9,8% e 1,8%.

Palis explica que, como houve aquecimento da economia, o Brasil importou mais do que exportou — de modo a gerar déficit na balança de bens e serviços. Ela informa que um puxou um pouco o PIB para baixo, prejudicando o desempenho econômico.

Entre os produtos da pauta de exportações, houve alguns destaques, segundo o apurado pelo instituto.

São estes: extração de petróleo e gás natural; metalurgia; veículos automotores; e produtos de metal. No caso dos serviços, as viagens subiram mais. Já entre as importações, os destaques positivos foram produtos químicos; máquinas e aparelhos elétricos; indústria automotiva e produtos de metal.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.