Por dois dias os peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) paralisaram as atividades em protesto às condições de trabalho e remuneração. A atitude impactou o andamento dos processos previdenciários de, pelo menos, 27 mil segurados por todo o Brasil.
Neste sentido, acredita-se que uma reunião seja feita entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) e o secretário de Previdência, Leonardo Rolim, nesta quarta-feira, 16, para tratar sobre o tema. Vale lembrar que foram duas ocasiões nas quais os peritos entraram em greve, a primeira no dia 31 de janeiro e a segunda nos dias 8 e 9 de fevereiro.
Durante o encontro os líderes debateram o clamor da classe e, entre os pedidos está o reajuste salarial na faixa de 19,99%. O percentual foi indicado como uma forma de repor as perdas salariais decorrentes dos impactos da inflação entre os anos de 2019 a 2022.
Mas não para por aí, pois os peritos do INSS também solicitaram que os atendimentos presenciais nas unidades previdenciárias de todo o país se limitem a 12 como meta diária.
O número máximo de atendimentos está vinculado ao pedido de realização de um concurso público com o objetivo de preencher cerca de três mil vagas de médicos peritos que estão em aberto. Desta forma, seria possível ampliar a mão de obra e equilibrar a demanda do instituto, tendo em vista que a sobrecarga é uma das principais reclamações.
Vale mencionar que o último concurso público realizado pelo INSS foi no ano de 2015, abrindo vagas para analista e técnico do seguro social. Ao todo, 950 candidatos foram aprovados e convocados com o auxílio do Cebraspe, organizador do processo seletivo.
O total de 1.087.804 brasileiros de todo o país se inscreveram em busca de uma vaga na autarquia, na esperança de receber salários entre R$ 4.886,87 e R$ 7.496,09 segundo informações do edital.
Entende-se que a contratação de novos servidores públicos seja capaz de agilizar a análise dos processos previdenciários e assistenciais em trâmite. Assim, seria possível reduzir drastica e rapidamente a lista de espera do INSS que hoje é composta por 1,8 milhão de pedidos.
Lembrando que a mobilização para esta greve ocorreu após o presidente da República, Jair Bolsonaro, vetar cerca de R$ 1 bilhão do Orçamento de 2022. A quantia mencionada equivale a cerca de um terço dos gastos discricionários que o ministro Onyx Lorenzoni teria previsto para o INSS no decorrer deste ano.
Desta forma, restaram apenas R$ 2,035 bilhões, destacando que o INSS foi um dos órgãos mais afetados pelo corte de verba, mediante a perda de R$ 988 milhões que seriam aplicados nos setores de administração, gestão ou processamento de dados.