Inflação de janeiro é mais leve para todas as faixas de renda; o que vai acontecer com os preços?

Em janeiro, inflação desacelerou para todas as faixas de renda, segundo o Indicador Ipea por Faixa de Renda. As famílias de alta renda tiveram a taxa de inflação mais baixa para o mês, 0,34%. Já as famílias com renda muito baixa, foram as que mais sofreram com a inflação em janeiro.

Os dados foram revelados ontem, 15, pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

“Na comparação com janeiro do ano passado, houve alta da inflação para todas as faixas, sendo que o impacto foi maior para classe de renda mais baixa, cuja inflação em janeiro deste ano (0,63%) foi o triplo da apontada em janeiro de 2021 (0,21%)”, destacou a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Lameiras, autora do indicador mensal.

Considerando o acumulado em 12 meses, as famílias de renda média baixa passaram  pela maior alta inflacionária, uma taxa de 10,8%, resultado um pouco maior à registrada pela faixa de renda muito baixa (10,5%) e acima da faixa de renda alta (9,6%).

No último mês, de acordo com o Ipea, analisando os dados desagregados, ao passo que  todos os grupos de bens e serviços pressionaram a inflação das duas classes de renda mais baixas, o grupo transporte foi responsável por um alívio inflacionário para as outras faixas.

Mesmo que o grupo de bebidas e alimentos tenha sido o grande vilão para todas as classes de renda, a faixa mais atingida permaneceu sendo a de renda muito baixa, ou seja, renda menor que R$1.808,79. 

Mesmo com queda nos índices de inflação da energia (-1,1%), do gás de botijão (-0,73%) e da gasolina (-1,1%), os reajustes dos aluguéis (1,5%) e das tarifas de ônibus urbano (0,22%), intermunicipal (0,56%) e interestadual (1,6%) estes setores trouxeram impactos inflacionários para as famílias de menor renda, nos grupos de habitação e transporte.

Já no caso das famílias de alta renda, que contam com mais de R$17.764,49, o crescimento dos serviços de recreação, como pacote turístico (2,7%), hospedagem (2,0%) e cinema (1,9%) foram os setores que mais impactaram em janeiro de 2022.

O desempenho mais favorável para as famílias de renda muito baixa pode ser explicada pelo crescimento mais ameno para as hortaliças e verduras (3,1%), frutas (2,7%) e do café (0,32%) no último ano.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.