- Governo Federal libera levantamento referente a empregabilidade de 2021;
- Setor de serviços registra o maior número de contratações;
- Mercado de trabalho de 2022 deve ser afetado pelas eleições.
Governo Federal libera relatório de empregabilidade referente ao ano de 2021. Nessa segunda-feira (31), o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o levantamento, o país contabilizou 20.699.802 novas contratações. Abaixo, saiba o setor com maiores oportunidades.
Arrumar um emprego de carteira assinada tem sido um grande desafio para parte significativa da população. Diante da atual crise econômica, muitas pessoas estão buscando por oportunidades até mesmo hora da sua área de atuação para garantir uma renda mínima. Segundo o relatório do Caged, o segmento com mais contratações foi o de serviços.
Estatísticas de contratação por segmento
O balanço mostrou que no setor de serviço o país pode contabilizar 1.226.026 novas contratações. Já na indústria, o número ficou em 475.141. Na área de construção, 244.755 brasileiros tiveram a carteira assinada. No comércio o indicativo foi de 643.754. Por fim, o segmento mais afetado foi a agropecuária com apenas 140.927 efetivações.
Estatísticas por regiões
Todas as regiões nacionais tiveram um saldo negativo em dezembro de 2021 com relação a oferta de emprego. A população mais afetada reside no Sudeste que contabilizou uma queda de 136.120 postos de trabalho (-0,64%).
O reajuste na Região Sul ficou em 78.882 vagas (-1,01%), enquanto nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte tiveram um saldo também negativo de 21.476 (-0,61%); 15.823 (-0,23%); e 13.375 vagas (-0,68%), respectivamente.
Panorama da empregabilidade no Brasil em 2021
De modo geral, o país gerou em torno de 2,73 milhões de empregos pelo regime CLT em 2021. Dessa quantia, foi possível também contabilizar 17.969.205 demissões. Com relação as vagas formais, foram fechadas 191.455 oportunidades.
“Foi um ano extremamente positivo na geração de empregos. Realmente um ano a ser comemorado, talvez sem paralelo na história do país, o que demonstra o vigor da economia brasileira ao longo de 2021“, informou o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e da Previdência, Bruno Dalcolmo.
Previsão de empregabilidade em 2022
Para este ano, a previsão do mercado de trabalho também não é das melhores. Especialistas afirmam que o país terá oportunidades, mas com um desempenho financeiro ainda instável.
— Não podemos falar que estamos com ganho de mercado de trabalho, que ele está evoluindo. Você tem uma resiliência por conta de um benefício fiscal dado, porém com a atividade econômica em ritmo de estabilização em 2022, com até uma ligeira redução, possivelmente a gente vai ver os dados de mercado de trabalho afetados ao longo do ano. E o rendimento, considerando a inflação, a gente ainda vai ter notícias ruins — disse a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, em entrevista ao jornal O Globo.
Já Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria, acredita que há uma previsão de que os empregos formais sofram uma desaceleração ao longo dos próximos meses. Ele justifica sua afirmação alegando que houve uma perda de fôlego da economia diante dos desdobramentos da campanha eleitoral deste ano.
— No curto prazo, uma importante fonte de preocupação é a piora do quadro pandêmico por causa da Ômicron. A gente tem uma expectativa de que os efeitos sejam temporários, mais concentrados no primeiro trimestre, considerando as medidas de restrição e cancelamento de eventos festivos, o que acaba gerando ambiente de maior cautela nos consumidores e posterga a recuperação de serviços presenciais – disse Lucas também ao O Globo.
Eleições 2022 devem refletir nesse cenário
Como mencionado acima, cientes de que há uma campanha eleitoral em andamento ao longo dos próximos meses, é de se esperar que o Governo Federal passe a trabalhar para incentivar contratações e assim conquistar votos.
No entanto, ainda levando em consideração os impactos do novo coronavírus e o clima de instabilidade econômica, Bolsonaro deve se concentrar na concessão de abonos sociais que poderão lhe gerar votos por meio da população mais vulnerável.
Trata-se de um caminho mais seguro e estável, uma vez em que o atual presidente não vem contando com o apoio massivo da indústria e de diversos segmentos.