Confiança do consumidor sofre queda em janeiro; o que isso quer dizer?

Em janeiro, a confiança do consumidor caiu 1,4 ponto e atingiu 7,41 pontos. Já nas médias móveis trimestrais, a queda foi de 0,7 ponto, indo para 74,8 pontos, logo após se manter relativamente estável em dezembro. 

Estes dados são provenientes do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e divulgado nesta semana dentro da publicação da Sondagem do Consumidor.

Na visão dos pesquisadores, esta queda das projeções para os meses seguinte, simultaneamente com a avaliação a respeito da situação atual que se acomodou após o recuo que aconteceu em dois meses consecutivos, influenciou na queda da confiança em janeiro.

Ao passo que o Índice de Situação Atual (ISA) registrou uma alta de 0,5 ponto, subindo  para 66,1 pontos, o Índice de Expectativas (IE) caiu 2,7 pontos, chegando a 80,7 pontos.

Viviane Seda Bittencourt, coordenadora de sondagens, detectou que a confiança dos consumidores inicia o ano em queda, com influencia do pessimismo em relação aos meses que vem pela frente.

Porém, em sua visão, a volta do auxílio emergencial e uma percepção mais otimista a respeito o mercado de trabalho parecem ter ajudado na redução do espaço entre a confiança dos consumidores de alta e baixa renda.

Ela alerta que ainda existem incertezas que podem interferir no comportamento do consumidor que também depende do desenvolvimento do mercado de trabalho.

“A piora das expectativas com relação à situação econômica geral e às finanças familiares, no entanto, sugerem que a relativa satisfação com a situação corrente em janeiro pode ser temporária, havendo ainda muita incerteza quanto à evolução do endividamento das famílias de baixa renda. A mudança desse cenário continuará dependendo da recuperação do mercado de trabalho, controle da inflação, e redução da incerteza, num ano que se inicia com surto de Ômicron e Influenza e termina com as eleições”, disse ela ao Suno.

Esta estabilidade na avaliação dos consumidores a respeito do atual cenário, retrata a alta de 0,8 ponto no indicador que mede a satisfação sobre as finanças pessoais, que bateu os 60 pontos, após dois meses seguidos de queda.