Fintechs na bolsa de valores: 10 empresas que têm ações listadas; confira perspectivas

Pontos-chave
  • Fatores diversos impactaram fintechs na bolsa de valores;
  • O cenário macroeconômico também contribui para a cenário atual;
  • Analistas observam oportunidades em algumas destas empresas.

As fintechs vêm ganhando espaço no mercado financeiro. Como forma de expandir seus negócios, também tem sido observada a adesão de algumas destas fintechs na bolsa de valores. Dentre estas, conheça perspectivas de 10 empresas que têm ações listadas.

No último ano, as ações de fintechs brasileiras tiveram grande volatilidade. Após diversos papéis iniciarem 2021 bem, foi observada uma redução generalizada no segundo semestre.

A desvalorização seguiu neste ano — diante da publicação da ata do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos). A instituição indicou um adiantamento do ciclo de alta dos juros nos EUA. Isso vem causando impactos no setor.

Motivos pela variação de diversas fintechs na bolsa de valores

Segundo especialistas consultados pelo InfoMoney, a correção de preços pode ser entendida por um fator macroeconômico e por motivos específicos a cada uma destas fintechs — como alterações regulatórias e riscos de mercado.

A fator macro se refere à questão econômica global após a quarentena. Houve falta de matéria-prima e na capacidade de atender a demanda. Como resultado, foi vista uma inflação intensa.

As fintechs são compreendidas como “empresas de crescimento”. Isso significa que a atratividade está na perspectiva de crescimento futuro. Ao adquirir ações destas empresas, o investidor espera um desenvolvimento nos anos seguintes.

Ao InfoMoney, o analista especializado em bancos da Ohmresearch, Carlos Macedo, declara que a redução de diversas desses papéis ocorre diante da mudança de percepção de risco. Como dificuldades, ele cita o prolongamento da pandemia, a inflação e as eleições.

Desafio no segmento de cartões

A redução nas companhias de adquirência, no setor de cartões, como PagSeguro, Stone, acontece não somente pela dificuldade macroeconômica, mas também pela parte de negócio e alterações regulatórias.

Em 11 de outubro do ano passado, o Banco Central abriu consulta pública para limitar a tarifa de câmbio em 0,5%. Esta é cobrada em transações com cartões pré-pagos. Nessa mesma data, as ações da Cielo, por exemplo, também registraram perda.

No segundo trimestre de 2021, a Stone interrompeu as concessões de crédito, depois de falhas do registro de recebíveis. Estas são as quantias que os comerciantes receberão. O problema impactou a confiança dos investidores nas ações da fintech.

Em relatório no final do último anos, analistas do Itaú BBA afirmam que “um ambiente de aumento dos custos de financiamento, mudanças regulatórias, aumento do CAC (custo de aquisição de cliente) e concorrência mais feroz trará tempos difíceis para as empresas de pagamento que cobrimos”.

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Fintechs que oferecem oportunidades

Segundo Carlos Macedo, há outras empresas — que tiveram queda nas ações — que não modificaram tanto as suas operações. No entendimento dele, “esse é o sintoma de um mercado que ainda está com um grau bem alto de indefinição”.

O analista declara as empresas podem se recuperar à medida que volte o apetite ao risco volte.

Na avaliação dos especialistas, os setores do mercado de fintechs além do de cartões, a redução dos papéis causou oportunidades. Neste sentido, estão presentes os segmentos de corretoras e bancos digitais.

Em novembro de 2021, um relatório da Nord apontou que os “novos bancos possuem o melhor dos mundos: crescimento de fintech e ROE de bancões”. O documento indica que a XP Investimentos teve retorno sobre equity (ROE) acima do nível de grandes bancos.

Com relação à XP, recentemente, os investidores repercutiram o anúncio da compra do Banco Modal, em 7 de janeiro. Na data, as units da empresa subiram aproximadamente 45% na sessão. Analistas de mercado consideram a operação positiva para as duas instituições.

Em relatório do último dezembro, o BBA indicou o Inter como a principal escolha entre os bancos digitais de sua cobertura. Também houve a recomendação equivalente a compra para o ativo. A instituição destaca “as vantagens do Inter em termos de financiamento, crédito e fluxos de receita”.

No mesmo relatório, os analistas diminuíram a recomendação para o Banco Pan — de compra para neutra. A casa alega que segue observando a fintech como uma ganhadora na corrida de bancos digitais.

Apesar disso, foi dito que o panorama de custo de captação e aumento da inadimplência elevou rapidamente.

Dentre todas os bancos da América Latina, o Nubank é o mais valioso, com valor de mercado acima de US$ 26,1 bilhões. No começo deste ano, diversas casas passaram a cobrir as ações da fintech. Mesmo que muitos possuam visão positiva para os ativos, ainda são destacados riscos.

Analistas do Itaú BBA cita que o banco digital “tem muitas conquistas e potencial de crescimento, mas seu valuation não deixa espaço pra contratempos”, diante de um “desafio estrutural para seu potencial de monetização de clientes no Brasil”.

Analistas apresentam perspectivas favoráveis para algumas fintechs na bolsa
Analistas apresentam perspectivas favoráveis para algumas fintechs na bolsa (Imagem: Montagem/FDR)

Perspectivas positivas para outras fintechs

Sobre a Méliuz, plataforma virtual de cashback, na semana passada, firmou acordo com a Mastercard para distribuir novo cartão.

Em comentário enviado a clientes, o Bank of America afirmou que o lançamento deste produto — com todas as ofertas da Meliuz previstas para acontecer no primeiro trimestre — deverá ser um fator para alavancar as ações.

Na semana passada, a Genial Investimentos divulgou uma análise sobre os papéis do TC, antigo Traders Club. A corretora possui recomendação de ‘manter’ os papéis na carteira.

Segundo a casa, “o TC deve ampliar a sua atuação para corretagem de ações, renda fixa e criptomoedas”. Contudo, foram citados riscos de execução.

Os maiores são a diminuição do crescimento dos usuários devido ao cenário econômico local, além de possíveis erros de alocação dos recursos levantados no IPO — a oferta pública inicial.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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