Petrobras (PETR4) não faz mais parte do índice de dividendos; o que aconteceu?

Pontos-chave
  • A Petrobras está entre as apostas deste ano de boas pagadoras de proventos;
  • A companhia possui uma nova política de distribuição de dividendos;
  • A empresa saiu da nova carteira do IDIV por não cumprir todos os critérios definidos pela B3.

Na última segunda-feira (3), passou a valer a nova carteira do índice de dividendos (IDIV) da B3. Nesta nova lista, chamou a atenção a exclusão das ações preferenciais da Petrobras (PETR4), apesar de a companhia ter sido observada como boa pagadora de dividendos.

Petrobras (PETR4) não faz mais parte do índice de dividendos; o que aconteceu?
Petrobras (PETR4) não faz mais parte do índice de dividendos; o que aconteceu? (Imagem: Montagem/FDR)

Em novembro do ano passado, a Petrobras anunciou uma nova política de distribuição de dividendos. Por conta disso — além dos resultados positivos acompanhados pelo aumento do valor do petróleo —, a estatal tem sido vista como uma das grandes apostas de boas pagadoras para este ano.

De acordo com o plano estratégico para os próximos cinco anos, a companhia planeja oferecer de US$ 60 bilhões a US$ 70 bilhões em proventos. A nova estratégia estima o pagamento de dividendos trimestrais.

Diante disso, alguns analistas incluíram a empresa nas recomendações de investimentos. Um levantamento realizado pelo InfoMoney apontou que as ações da Petrobras estão entre as grandes recomendações de especialistas para estratégias focadas em dividendos neste ano.

Como acontece o cálculo do índice de dividendos da B3

Para que alguma ação esteja presenta na carteira teórica dos índices da Bolsa, há a necessidade de cumprir um conjunto de requisitos. A avaliação tem como base indicadores históricos. Nos últimos anos, a Petrobras, no entanto, não foi um dos papéis de destaque na oferta de proventos.

Ao InfoMoney, o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, afirma que a estatal foi prejudicada pelo grande endividamento e pelos desvios — que a fez pagar menos ou nada. O analista destaca que o IDIV se baseia no histórico, e não no potencial.

A metodologia do IDIV possui os seguintes critérios de inclusão:

  1. Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das três carteiras anteriores, em ordem decrescente, representem em conjunto 99% do somatório do Índice de Negociabilidade (IN);
  2. Estar presente em 95% das sessões de negociação no período de vigência das três carteiras anteriores;
  3. Não ser classificado como penny stock (com cotação inferior a R$1);
  4. Estar dentro dos 33% de ativos com os maiores dividend yields (taxa de retorno com dividendos) distribuídos nos três últimos anos;
  5. Ter o somatório dos dividend yields de cada 12 meses consecutivos, nos últimos três anos, maior do que zero.

Na outra pontos, estes são os critérios de exclusão do IDIV:

  1. Não cumprir os critérios de inclusão 1, 2 e 3;
  2. Estar, em ordem decrescente de dividend yield, classificados acima dos 44% de ativos elegíveis;
  3. Ter o somatório dos seus dividend yields dos últimos quatro quadrimestres equivalentes a zero;
  4. Passar, durante a vigência da carteira, a ser listado em situação especial (recuperação judicial, por exemplo). Nesse caso, serão excluídos do índice no fim do primeiro dia de negociação nesse enquadramento.

Em resposta ao InfoMoney, a B3 declarou que o motivo da retirada da Petrobras do índice foi o segundo critério de exclusão. Conforme ele, para que o ativo não seja excluído, deve estar classificado entre as “top 44” papéis com maior dividend yield.

A nova carteira do índice de dividendos da B3

  • ABC BRASIL (ABCB4): participação de 0,6%
  • BANRISUL (BRSR6): participação de 1,1%
  • BBSEGURIDADE (BBSE3): participação de 3,5%
  • BRADESCO (BBDC3): participação de 3,6%
  • BRADESCO (BBDC4): participação de 3,7%
  • BRADESPAR (BRAP4): participação de 3,6%
  • BANCO DO BRASIL (BBAS3): participação de 3,1%
  • BRASILAGRO (AGRO3): participação de 0,9%
  • CCR AS (CCRO3): participação de 2,7%
  • CEMIG (CMIG3): participação de 3,0%
  • CEMIG (CMIG4): participação de 3,4%
  • CESP (CESP6): participação de 2,3%
  • COPASA (CSMG3): participação de 1,4%
  • COPEL (CPLE3): participação de 1,1%
  • COPEL (CPLE6): participação de 2,8%
  • CPFL ENERGIA (CPFE3): participação de 2,9%
  • CYRELA REALT (CYRE3): participação de 2,6%
  • DIRECIONAL (DIRR3): participação de 0,6%
  • ELETROBRAS (ELET3): participação de 2,9%
  • ELETROBRAS (ELET6): participação de 3,2%
  • ENAUTA PART (ENAT3): participação de 0,6%
  • ENERGIAS BR (ENBR3): participação de 2,8%
  • ENGIE BRASIL (EGIE3): participação de 2,6%
  • INDS ROMI (ROMI3): participação de 0,4%
  • IOCHP-MAXION (MYPK3): participação de 1,2%
  • ITAUSA (ITSA4): participação de 3,4%
  • ITAUUNIBANCO (ITUB3): participação de 2,9%
  • ITAUUNIBANCO (ITUB4): participação de 2,6%
  • JHSF PART (JHSF3): participação de 1,0%
  • MRV (MRVE3): participação de 2,0%
  • PORTO SEGURO (PSSA3): participação de 2,2%
  • QUALICORP (QUAL3): participação de 2,7%
  • SANEPAR (SAPR4): participação de 0,4%
  • SANTANDER BR (SANB11): participação de 4,3%
  • SID NACIONAL (CSNA3): participação de 2,9%
  • TAESA (TAEE11): participação de 4,6%
  • TEGMA (TGMA3): participação de 0,3%
  • TELEF BRASIL (VIVT3): participação de 6,2%
  • TRAN PAULIST (TRPL4): participação de 4,5%
  • UNIPAR (UNIP6): participação de 2,7%
  • WIZ S.A. (WIZS3): participação de 0,4%

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.