- A incerteza eleitoral tende a afetar negativamente a Bolsa de Valores;
- Existem alguns tipos investimentos para reduzir os impactos das eleições;
- O investidor deve se atentar ao próprio perfil de risco.
Realizar investimentos em ano de eleições tende a ser mais complicado. Geralmente, as incertezas eleitorais provocam grande oscilação no mercado financeiro. Em meio a este cenário, entenda como ter dinheiro protegido em 2022, segundo especialistas consultados pelo InvestNews.
Diante da proximidade das eleições presidências, os ativos de risco devem apresentar mais volatilidade. A incerteza eleitoral tende a impactar negativamente a Bolsa de Valores, o câmbio e os juros de curto prazo — até, ao menos, a definição do segundo turno.
Esta análise foi realizada pelo Bradesco, acerca do comportamento dos ativos financeiros nos últimos seis ciclos eleitorais. Em maio do próprio ano eleitoral, as ações, juros e dólar passaram a reagir mais intensamente às eleições.
Neste período, as candidaturas são lançadas oficialmente. Além disso, as pesquisas de intenção de voto se tornam mais frequentes.
Até o final da corrida eleitoral, a análise aponta que a Bolsa tenda a apresentar queda acentuada. Por conta deste cenário, muitos passam a procurar formas de reduzir os efeitos na carteira de investimentos.
1. Realize investimentos diversificando na renda fixa
Ao aplicar em renda fixa, os investidores passam a ter previsibilidade sobre o rendimento. Esses ativos possuem critérios de rentabilidade e prazo estabelecidos no momento da aplicação.
A recomendação dos especialistas é de alocar mais recursos em títulos pós-fixados como o Tesouro Selic, CDBs, e papéis de renda fixa atrelados ao CDI ou à taxa Selic. A renda fixa pós-fixada e o IPCA de curto prazo do Tesouro Direto possuem uma volatilidade menor.
2. Priorize títulos atrelados à inflação
Caso o investidor tenha a opção de manter o investimento até o vencimento, as melhores oportunidades estão em papeis atrelados à inflação, com vencimentos a partir de quatro anos. Este caso vale para os pós-fixados.
Dentre os papéis prefixados, a preferência vale para títulos com prazo de investimento entre 2024 e 2026. O motivo é que a curva de juros está no pico do stress.
A recomendação é de comprar os títulos públicos aos poucos. Ou seja, há indicação de realizar a aplicação de forma gradual, recorrente — de modo a espalhar em diversos períodos, para fazer um preço médio.
3. Considere se expor a ativos no exterior
Neste cenário, se expor a ativos no exterior pode ser considerado porque outros países não possuem relação com a estabilidade política brasileira. Os interessados podem investir em ativos estrangeiros, BDRs, fundos de BDRs, fundos multimercado, ETFs de índices globais e fundos cambiais.
Na avaliação de Samy Dama e Dony de Nuccio, em momentos assim, é recomendável manter aproximadamente 30% do patrimônio da carteira fora do país.
Conforme citado, outra opção é de se expor ao dólar por meio de fundos cambiais. Apesar disso, com o preço em alta, pode não ser vantajoso. Contudo, como esses fundos convertem o aporte para o dólar com base na cotação do dia em que foi realizado, é importante se atentar às análises da cotação.
Vale destacar que este investimento é afetado pelo come-cotas do governo. Esse é um tipo de pagamento adiantado de imposto.
Alertas para o investidor
Os analistas do InvestNews alegam que o investidor precisa analisar seu perfil de risco. Eles destacam a importância de manter cautela em meio às aplicações financeiras.
Ao descobrir o próprio perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado), será possível descobrir a carteira de investimentos mais adequada. Este perfil está relacionado com a personalidade e objetivos da pessoa.
O perfil conservador tem maior aversão ao risco. Ou seja, o indivíduo opta por investir em produtos de baixo risco — mesmo que tenha que abrir mão de certa rentabilidade.
O perfil moderado corre um risco médio nos investimentos. Ele se dispõe a assumir um pouco mais de risco para obter maior rentabilidade. No entanto, ele ainda procura certa segurança.
Já o perfil arrojado (ou agressivo) está disposto a ter mais riscos para obter maior rentabilidade — mesmo que perca parte do patrimônio neste objetivo.