O governo da Argentina havia oferecido ajuda humanitária para as vítimas das enchentes na Bahia. Na quarta-feira (29), o governador do estado, Rui Costa (PT) anunciou que o país vizinho enviaria uma equipe de 10 profissionais para ajudar no fornecimento de água e outras ações, além de kits de purificação de água.
Rui Costa agradeceu a ajuda e pediu celeridade do governo brasileiro na autorização da missão:
“Com a união de esforços, vamos superar este difícil momento. Agora, a missão argentina aguarda a autorização do Ministério das Relações Exteriores para que possam vir à Bahia. Agradeço aos argentinos e peço ao Governo Federal celeridade na autorização para a missão estrangeira”
Nesta quinta-feira (30), no entanto, o governo anunciou que negaria o auxílio argentino, alegando que, pelo menos no momento, ele não seria necessário. O Presidente da República, Jair Bolsonaro, agradeceu a oferta e disse que a ajuda sairia “muito caro para o Brasil”. Além disso, acrescentou que, caso a situação se agravasse, poderia recorrer à ajuda da Argentina e de outros países.
Rui Costa pode “passar por cima” do governo
Pouco depois de o governo federal anunciar que negaria a ajuda humanitária da Argentina, o governador Rui Costa declarou pelas redes sociais que deve ignorar a decisão e aceitar a ajuda sem passar pela diplomacia brasileira. E completou:
“Os baianos e brasileiros que moram aqui no estado precisam de todo tipo de ajuda. Estamos trabalhando muito, incansavelmente, para reconstruir as cidades e as casas destruídas, mas a soma de esforços acelera este processo, portanto é muito bem-vinda qualquer ajuda neste momento”
Rui Costa vem sendo bastante crítico com relação à postura do governo Bolsonaro na gestão do desastre. Na quarta-feira (29), ele disse que “governar é cuidar de gente, e não há como fazer isso longe das pessoas“, numa indireta ao Presidente da República, que está passando férias no litoral catarinense.
Embaixador da Argentina minimiza o incidente
O Embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, preferiu minimizar o incidente. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o diplomata declarou:
“Sinto, como um homem com experiência política, que estão distorcendo e interpretando mal a resposta dada pelo governo brasileiro à nossa ajuda, quando eles simplesmente a agradeceram e disseram que a teriam em conta”