A greve dos servidores solicitando aumento de salários não é uma novidade dentro do governo Bolsonaro, pelo menos não para Paulo Guedes, ministro da Economia. Ele já havia anunciado seu temor de que uma greve nacional acontecesse, após a aprovação de reajuste salarial para policiais.
A pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), o orçamento de 2022 contou com uma brecha que destina R$ 1,7 bilhões para reajustar o salário de policiais. Dentre eles, os servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e agentes penitenciários.
Diante dessa notícia, outros servidores públicos estão se mobilizando para uma greve solicitando aumento de salários. O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que congrega 37 associações e sindicatos, anunciou dias nacionais de paralisação.
O primeiro será em 18 de janeiro, com possibilidade de mais um novo dia no mesmo mês. E mais tarde, em fevereiro, a ideia é que haja uma greve geral dos servidores públicos.
Entre os associados ao Fonacate estão os funcionários de órgãos como a Controladoria Geral da União (CGU), diplomatas, Tesouro Nacional, Receita Federal, auditores de trabalho e peritos federais.
Dentro desses órgãos somam-se pelo menos 200 mil servidores públicos. Eles reivindicam o fato de que pelo menos desde 2017 não há reajuste dos seus salários, e que o governo deu preferência para apenas um grupo de funcionários.
Considerando o que é somado pelo IPCA, as perdas acumuladas somam 27,2% em todos esses anos. O que gerou o interesse em forçar paralisações nacionais para que de alguma forma seja chamada atenção do governo.
O presidente da Fonacate fala em discussões das assembleias nos dias 10 e 14 de janeiro, antes da paralisação. Para ele, tudo tem que ser feito dentro da lei para que haja credibilidade nas solicitações.
“Tudo tem que ser feito observando legislação vigente, jurisprudência do STF, um ritual que será cumprido nas duas primeiras semanas de janeiro para parar as atividades”, afirmou ao Estadão.
Consequências da greve dos servidores
Em prática, a greve significa que 200 mil funcionários ativos deixaram de trabalhar. Logo, toda a prestação de serviço que estes prestam ficam ameaçada.
Por consequência, a população que necessita dos servidores públicos para resolver as burocracias na Receita Federal, por exemplo, terão seus pedidos atrasados.
Além disso, reajustar o salário desses servidores vai trazer um rombo para o orçamento do Brasil. Admite-se que o país não tem condições de lidar com um acréscimo nas remunerações.