- A inflação acumulada nos últimos 12 meses chega a dois dígitos;
- Grande parte dos investimentos possui rendimento abaixo disso;
- Fatores macroeconômicos têm afetado certas aplicações financeiras.
Ao longo deste ano, a inflação tem sido um dos grandes ‘vilões’ dos brasileiros. Diversos investimentos tiveram desempenho anual, inclusive, abaixo deste indicador. Entenda como as principais categorias de investimentos se comportaram neste ano, segundo balanço realizado pelo 6 Minutos.
Em 2021, a inflação vem consumindo a renda da população. no acumulado deste ano, até novembro, o indicador chega a 9,26%. Estes dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já nos últimos 12 meses, a inflação no país chega a 10,74%. Inclusive, este foi o maior valor deste novembro de 2003, quando chegou a 11,02%. Apenas em novembro de 2021, a inflação foi de 0,95% — o que representa o maior patamar para o mês desde 2015, quando tinha sido de 1,01%.
A maioria dos principais investimentos não registraram ganho acima da inflação neste ano. Para cercas aplicações financeiras, alguns fatores contribuíram para intensificar este cenário, como os ruídos do cenário político e a pandemia de covid-19.
Desempenho dos investimentos do Ibovespa
A Bolsa de Valores brasileira (B3) passou por grande volatilidade ao longo dos meses deste ano. Em junho, o Ibovespa chegou a registrar a máxima histórica, de 130 mil pontos. Já no final deste ano, contudo, o índice apresenta desempenho próximo aos 105 mil pontos.
Contudo, entre janeiro e novembro, houve perda de 9,46%, segundo levantamento da Economatica. O desempenho das companhias brasileiras tem sido afetado pela inflação e agravamento da crise fiscal — além da pandemia de covid-19 e ruídos políticos.
Desempenho do CDI
O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é um título atrelado à taxa Selic. Diversas instituições o utilizam como referencial para remunerar depósitos em conta. Neste ano, o CDI registrou variação de 3,88%.
Desempenho dos fundos imobiliários
Até 10 de dezembro, os fundos imobiliários tiveram queda média de 6,84%. O mercado foi afetado pela grande inflação e pelas recorrentes subidas da taxa Selic. As desvalorizações vêm sido observadas desde o início da pandemia, em 2020.
Desempenho da poupança
A poupança, investimento mais popular do país, teve aumento nominal de 5,64%. Apesar do ganho, ainda está abaixo da inflação acumulada em 12 meses. Ou seja, a caderneta teve juro real negativo.
Desempenho do ouro
Geralmente, muitos investidores utilizam o ouro em momentos de crise. Houve grande procura para quem buscava proteção contra a inflação neste ano. O ouro teve valorização de 14,67% — sendo uma das poucas aplicações com desempenho acima da inflação.
Desempenho do bitcoin
O bitcoin, a criptomoeda mais conhecida no mundo, se recuperou de quedas anteriores. Até 10 de dezembro deste ano, houve alta de 78%. O desempenho positivo aconteceu em meio a entrada de investidores institucionais neste mercado.
De qualquer modo, vale destacar que essa moeda digital tende a passar por alta volatilidade.
Desempenho dos BDRs
Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são recibos negociados na B3 — que refletem ações de companhias listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos. Ao realizar a compra, os investidores brasileiros passam a ter exposição o mercado de renda variável norte-americano e ao dólar.
Até o dia 10 de dezembro, o rendimento nominal médio destes ativos foi de 33,8%.
Desempenho do IMA
O Índice de Mercado Anbima (IMA) é usado como referência para renda fixa. Até o dia 10 de dezembro, os títulos de rendimento atrelado à inflação registraram valorização nominal média de 1,14%.
Desta classe de ativo, algumas opções apresentaram desempenhos melhores, como os títulos com até cinco anos de duração, com valorização de 4,17%. Contudo, outras estiveram abaixo da média, como as com prazos acima de cinco anos, com desvalorização de 3,75%.
Desempenho do IDA
O Índice de Dividendos Anbima (IDA) é utilizado como referência para títulos de dívida privada. Até 10 de dezembro, as variadas modalidades de aplicações de renda fixa tiveram, em média, ganho de 6,68%.
O percentual considera os fundos pré e pós fixado atrelados, ou não, ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) — que é o principal medidor da inflação brasileira.