Nas últimas semanas, um dos principais assuntos no noticiário nacional foi a vacinação de crianças contra a Covid-19. No dia 16 de dezembro, a Anvisa havia dado parecer positivo ao pedido da Pfizer para que a vacina da farmacêutica fosse aplicada em crianças de 5 a 11 anos.
Desde então, iniciou-se uma polêmica, impulsionada pelo Presidente da República Jair Bolsonaro, que questionou a segurança da medida e anunciou que não vacinará sua filha Laura, de 11 anos.
O Ministério da Saúde, que se mostrou favorável à vacinação de crianças, abriu consulta pública para o tema, que vai durar até 2 de janeiro. Agora, a pasta anuncia que uma data para o início da vacinação das crianças será formalizada em 5 de janeiro e que ela começará ainda em janeiro de 2022.
Ministro da Saúde contraria Bolsonaro
O Ministro da Sáude, Marcelo Queiroga, adotou um posicionamento bem diferente do presidente em relação à imunização de crianças. Bolsonaro não apenas criticou a segurança da medida, como ameaçou revelar os nomes dos servidores que aprovaram a vacina da Pfizer para o novo grupo.
Na nota publicada na segunda-feira (27), em que anuncia uma data (05/01) para formalizar o início da vacinação das crianças, o MS esclarece a sua posição:
“A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo Ministro da Saúde em manifestações públicas”
Importância de vacinar as crianças
O número de óbitos de menores de 12 anos é pequeno em relação ao número total de vítimas fatais da Covid-19. Porém, conforme argumentou a Sociedade Brasileira de Pediatria em um manifesto divulgado na última sexta-feira (24), os números para essa faixa etária no Brasil não estão em níveis aceitáveis, estando entre os piores do mundo.
Além disso, a vacinação de crianças terá outros efeitos, além de evitar mortes nesse público. De acordo com um comunicado da Associação Médica Brasileira, a medida é importante para “prevenir hospitalizações, sequelas, uso de antibióticos, visitas aos serviços de saúde, ocupação de leitos em UTI, entre outros”.