Quantas fintechs existem no Brasil? Novo levantamento responde

Você deve ter percebido como, nos últimos anos, o sistema financeiro vem passando por uma grande transformação. Contas digitais, pagamentos feitos por aproximação, e, cada vez menos, a necessidade de ir às agências bancárias. O futuro é tech, e o presente é fintech!

A evolução do mercado financeiro

Você já parou para pensar como era a sociedade antes do dinheiro? Naquela época, as pessoas faziam trocas, representadas pelo escambo. Para ilustrar, imagine uma pessoa que tinha plantação de arroz em sua terra. Para se alimentar, essa pessoa fazia a troca do seu arroz por outros alimentos, como por exemplo a carne. 

Porém, o grande problema disso era encontrar pessoas que tinham interesse em fazer estas trocas. Havia a necessidade de um meio de troca “universal”, que pudesse ser trocado por qualquer outra coisa.

Foi aí que alguns meios de troca foram padronizados, como por exemplo o gado e o sal. Mas estes ainda apresentavam problemas relacionados ao transporte e à fração. Foi com os metais preciosos, como ouro e prata, que isto começou a mudar. 

Os metais passaram a dar origem às moedas, que se consolidaram como meio de troca. Porém, o problema desta vez estava relacionado à segurança, pois, como tratavam-se de metais preciosos, elas acabam atraindo os ladrões.

Com este problema, veio uma nova solução, que acabou derivando no que conhecemos hoje como os bancos e as cédulas. Naquele tempo, as pessoas começaram a guardar suas moedas com os ourives. Estes, em troca, deixava um recibo, para quando a pessoa quisesse resgatar suas moedas.

As pessoas começaram a utilizar este recibo como uma forma de pagamento, passando para um terceiro o direito de resgate das moedas. Desta forma, os ourives acabaram assumindo papel de bancos e os recibos o papel de cédulas.

E, mais recentemente, na era da tecnologia, o sistema financeiro ganhou cada vez mais novidades: cartões de crédito, caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking, dentre outros.

Fintechs: a revolução do mercado financeiro

A crise econômica mundial de 2008, apesar de muitas falências e problemas, trouxe também uma grande oportunidade. Esta crise acabou tendo como principal causa a má gestão de crédito de grandes bancos dos EUA, o que fez muita gente contestar o sistema financeiro tradicional.

Em paralelo, o mundo via o surgimento da tecnologia mobile, com ápice no surgimento do primeiro iPhone. 

Com isso, começaram a aparecer soluções unindo finanças e tecnologia, dando início ao movimento fintech, termo criado justamente a partir da expressão financial technology (tecnologia financeira).

Apesar de algumas iniciativas já aparecerem antes de 2008, como é o caso do PayPal, que foi criado em 1998, o grande marco do movimento foi a partir de 2008. Todas as iniciativas passaram a ter uma proposta de valor em comum: através da tecnologia, mudar a forma como as pessoas utilizam os serviços financeiros, com menos burocracia, menores taxas e através do meio digital.

Quantas fintechs existem no Brasil?

A cada semana novas soluções financeiras acabam aparecendo nos noticiários e no dia a dia das pessoas. E estas soluções acabam se inserindo nas mais diversas categorias: cartões, criptomoedas, investimentos, crédito, crowdfunding, gestão empresarial, contas digitais, seguros, dívidas, fidelização, tecnologia, finanças pessoais e câmbio.

O crescimento das iniciativas impressiona. Para você ter uma noção, em fevereiro de 2017, de acordo com o Radar FintechLab, existiam 244 fintechs no Brasil. Neste momento, de acordo com levantamento da Fincatch, existem 1.466.

O que esperar daqui para frente?

O número de fintechs deve continuar subindo nos próximos tempos, e, algumas destas iniciativas acabam se destacando, como casos do Nubank, Banco Inter, C6 Bank, PagSeguro, Stone.

Já estamos vendo um movimento de fintechs comprando outras fintechs, bancos e grandes marcas criando suas próprias fintechs, e, fintechs brasileiras ampliando suas fronteiras para outros países. 

E quem ganha com tudo isso é o consumidor, que vê concorrência a um mercado que sempre foi muito concentrado, burocrático e com altos custos.

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Victor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.