O Governo Federal exigiu que sejam apresentadas uma prescrição médica e consentimento dos pais para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Porém, os secretários estaduais de Saúde reagiram ao anúncio e decidiram não exigir os documentos.
A vacinação contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos começará no Brasil. Durante o anúncio, o presidente da República informou que será exigida a apresentação de uma prescrição médica e o consentimento dos pais.
As exigências foram anunciadas pelo ministro em entrevista coletiva na noite da última quinta-feira (23). Na fala, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a vacinação entre as crianças não deve ser compulsória.
Dessa maneira, a vacinação nessa faixa etária acontecerá a partir da vontade dos pais, já que as crianças não possuem idade para decidir sobre esse assunto. Além disso, o ministro salientou que a prescrição médica e o consentimento dos pais “obedece a todas as orientações da Anvisa”, disse Queiroga.
Porém, os secretários estaduais de Saúde divulgaram um cartão de Natal as crianças do Brasil avisando que não será exigido nenhum tipo de documento para a vacinação. O objetivo é que esse grupo seja imunizado sem nenhuma dificuldade.
“Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos”, diz a carta escrita pelo presidente do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), Carlos Lula.
Dessa maneira, mesmo com a recomendação do governo, os secretários de saúde decidiram não seguir as exigências. É importante lembrar que são os estados e municípios responsáveis pela definição das regras de vacinação, assim como será sua aplicação.
As crianças serão imunizadas contra a Covid-19 com a vacina da Pfizer, sendo esta a única autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso nessa faixa etária. Porém, ainda não se tem uma data definida para o início da vacinação desse grupo.
Os secretários de saúde estão criticando duramente Queiroga. Segundo eles, Queiroga atua apenas em função dos ideais do atual presidente da república, deixando de lado sua verdadeira função e importância.
No mês de outubro, Carlos Lula, em entrevista à Folha, afirmou que Queiroga tinha perdido as condições de gerir o ministério. Além disso, o presidente da república fazia pressão na Anvisa para a liberação da vacinação em crianças.