No Japão o problema não é a inflação, mas sim a deflação; entenda

Diferente de outros países o que atinge o Japão não é a alta na inflação, mas sim a deflação. A inflação no país no mês de outubro foi de 0,1% e a estimativa para o ano fiscal que termina em março é de 0%.

Enquanto outros países enfrentam a inflação, como é o caso dos Estados Unidos que tem um acumulado de 6,2% no mês de outubro, após 12 meses, o Japão enfrenta a deflação. A deflação é um fenômeno em que os preços de produtos e serviços caem em determinado período.

Diante disso, o Banco do Japão informou que reduziria as compras de títulos corporativos a níveis pré-pandêmicos. Porém, a instituição financeira afirmou que continuará injetando dezenas de bilhões de dólares na economia, com o intuito de atingir a meta de 2% na inflação e fazer a economia crescer mais rápido.

Segundo a Associated Press, a economia do Japão começou a desacelerar no início dos anos 90 e, desde então não recuperou mais o impulso. Com isso, as empresas veem o cenário econômico do país com suspeita e não investem.

Diante disso, o foco do país é o bate à deflação ou à queda dos preços. Para isso, o Banco do Japão tem comprado grandes quantidades de títulos do governo e outros ativos para manter os custos dos empréstimos perto de zero.

A taxa de juros de referência está em menos 0,1% há anos. Com isso, é esperado atrair consumidores e empresas a gastar mais para superar aumentos de preços futuros. Os preços da maioria dos bens de consumo aumentaram, porém continuam abaixo de outros países.

Os salários foram estagnados ou tiveram queda e os impostos aumentaram. Com isso, os japoneses reduziram as despesas. Outro problema enfrentado no país é a relutância de varejistas, empresários e donos de restaurantes em repassar ao consumidor os custos mais altos dos produtos.

Por exemplo, o grupo Aeon, um dos maiores conglomerados de varejo do Japão, anunciou recentemente um congelamento de preços até o final do ano, com o objetivo de apoiar os clientes durante esse período de crise. Porém, o atacado atingiu uma inflação de 8% no mês de outubro, sendo o maior nível em 40 anos.

Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.