Em forma de relatório apresentado na última segunda-feira, 20, o relator do orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), anunciou o valor previsto para o salário mínimo. A quantia deve ser fixada em R$ 1.210 no próximo ano, com um reajuste de 10,04% comparado aos atuais R$ 1.100.
Embora, como de costume, a quantia seja maior do que a atual, o valor ainda não repõe a inflação acumulada no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), parâmetro para reajustar o piso salarial.
Em outras palavras, o aumento não será assim tão significativo porque deixa de ter aumento real e de ficar acima da inflação. Embora ainda tenha que passar por uma comissão, e em seguida pelo plenário, dificilmente haverão mudanças bruscas no valor do salário mínimo.
Para o cálculo do piso nacional é preciso usar como base a inflação medida pelo INPC, o valor de 10,04% foi registrado em novembro. No entanto, poderia ser facilmente modificado, já que o próprio relatório divulgado ontem (20), mostra um reajuste do INPC de 10,18%. Nesse caso, o piso salarial seria de R$ 1.218.
O que muda no seu bolso?
Em tese, o valor do salário mínimo tem o poder de alterar o ganho de pelo menos 34,4% dos trabalhadores brasileiros, que recebem até um salário por mês. A quantia ainda é usada como referência para programas sociais.
Ou seja, nenhum benefício do INSS, parcela do seguro desemprego ou pagamento assistencial do BPC, poderá ser menor que R$ 1.210 em 2022. Já que esse valor é usado como base.
O mesmo acontece para um trabalhador com carteira assinada, que atua durante 8 horas de serviço diário. Nessa situação, por lei, ele não pode ter uma remuneração menor que o salário mínimo.
No entanto, considerando as altas constantes em itens básicos de sobrevivência do brasileiro, como por exemplo, a cesta básica, o valor de R$ 1.210 ainda é insuficiente para bancar de forma confortável uma família.
Para se ter uma ideia, levando em conta 13 alimentos que compõem a cesta básica, eles custam em média R$ 591,89, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Valor maior que a metade do atual salário mínimo de R$ 1.100, e um pouco abaixo da metade do próximo piso nacional de R$ 1.210.