Risco de Mercado: Bolsa chilena tem queda histórica após eleições

Nesta segunda-feira (20), o mercado do Chile reagiu negativamente à vitória de Gabriel Boric nas eleições presidenciais. O índice S&P IPSA, principal índice da bolsa Chilena, na capital Santiago, caiu quase 8% na abertura dos mercados. No fechamento do dia, a queda foi de 6,18%, aos 4.088,26 pontos.

Até o meio da manhã desta segunda, a cotação registrada havia sido de 878 pesos chilenos (R$ 5,77). Este foi o maior valor deste março de 2020 — quando a pandemia de covid-19 passou a afetar a economia local.

Conforme projetado por analistas, o dólar poderia passar de 900 pesos (R$ 5,91), pressionado pelas incertezas dos investidores sobre o novo governo.

As ações mais impactadas foram as do cobre e as vinculadas ao sistema previdenciário e de saúde. Possivelmente, isso aconteceu por conta de Boric ter — na plataforma de governo — a sugestão de reforma da Previdência, de estatizar os fundos de pensões.

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Motivos para reação negativa da bolsa chilena

Ao Valor, Ricardo Bustamante, da consultoria Capitaria, afirma que o comportamento negativo acontece porque os investidores optam por políticas mais pró-mercado. Segundo ele, o mercado desconfia das condições que existirão na presidência de Gabriel Boric.

Em nota, a Mercados G alega que, “entre as diretrizes do programa de Boric que mais preocupam os investidores estão o aumento da carga tributária, o aumento dos gastos sociais e a reforma do sistema previdenciário”.

Neste domingo (19), no segundo turno da eleição presidencial, o esquerdista Boric derrotou o direitista José Antonio Kast. A vitória aconteceu com 55,87% dos votos válidos. A partir de 2022, Boric terá um mandato de quatro anos. Ele substituirá o atual presidente Sebastian Piñera, de direita.

O novo presidente precisará lidar com a pior recessão em décadas. Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) chileno diminuiu 6 pontos percentuais. Este cenário enfrentado resultou na perda de 1 milhão de empregos. O nível de pobreza também tem piorado — subindo de 8,1% em 2019 para 12,2% em 2021.

Mesmo que a projeção do PIB deste ano seja de alta de 5,5%, a retomada tem sido lenta, para suprir as necessidades sociais e os gastos do governo para lidar com a pandemia. A inflação local pode ultrapassar os 6% neste ano, sendo o dobro da meta definida pelo Banco Central.

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Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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