- Pacote de medidas foi criado para auxiliar moradores e trabalhadores
- Pacote prevê linha de crédito de R$150 mil para comerciantes
- Passagem de Bolsonaro pela Bahia gera críticas
Após os estragos causados pelas fortes chuvas no sul da Bahia, o governador do Estado, Rui Costa, remeteu a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei que trata de um pacote de medidas econômicas para ajudar quem foi atingido pelas enchentes.
Neste pacote está previsto, entre outras coisas, uma linha de crédito de R$150 mil para que comerciantes reconstruam seus estabelecimentos.
Esta linha de crédito não terá cobrança de juros e contará com uma carência de 12 meses. Após este período, quem pegar o empréstimo poderá pagar em até 36 vezes.
“São centenas de pequenos comerciantes que perderam tudo e tinha reforçado o estoque para o Natal”, disse Rui Costa em uma entrevista dada hoje no período da manhã para a CNN Brasil.
Também é previsto pelo projeto a liberação para que o governo do estado compre fogões e geladeiras e faca doações para famílias de baixa renda que sofreram com as fortes chuvas.
Por fim, o PL prevê que a conta de água relativa ao mês de dezembro dos comerciantes, moradores e prestadores de serviços que moram ou trabalham nas regiões atingidas seja cobrada com a aplicação da tarifa social, para que fique mais barata.
Como forma de assegurar que todas as medidas do pacote sejam colocadas em prática, o Governo da Bahia prevê utilizar, neste momento, R$ 20 milhões do Fundese (Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico).
Até a última segunda, 13, os estragos da chuva vitimou 11 pessoas no sul da Bahia, de acordo com o levantamento da Defesa Civil da Bahia. Uma pessoa segue desaparecida.
A Defesa Civil informou ainda que até a tarde de ontem, 267 pessoas ficaram feridas e 21 mil tiveram que sair de suas casas por conta das fortes chuvas e das enchentes.
Chuvas na Bahia
As fortes chuvas que castigaram o sul da Bahia foram causadas por um ciclone extratropical no Oceano Atlântico na última passada, provocando uma elevação no nível dos rios, enchentes e destruição de pontes e estradas. O norte de Minas Gerais também foi atingido, porém, em menor gravidade.
Já foi decretado pelo governo da Bahia situação de emergência em 51 municípios do estado, o que impactou 220,3 mil vidas aproximadamente.
A cidade mais atingida pelos estragos da chuva foi Itamaraju, que possui cerca de 65 mil habitantes. Foram registrados 6.371 estão desabrigados e outros 15.199 desalojados.
A Defesa infirmou que foram registradas mortes em:
- Amargosa (2)
- Itaberaba (2)
- Itamaraju (3)
- Macarani (1)
- Prado (1)
- Ruy Barbosa (1)
- Jucuruçu (1)
Os números da enchente podem aumentar, uma vez que a Sudec afirma que ainda não conseguiu contato com todas as cidades que se encontram situação de emergência.
Municípios em situação de emergência
- Alcobaça
- Amélia Rodrigues
- Anagé
- Baixa Grande
- Belmonte
- Boa Vista do Tupim
- Camacan
- Canavieiras
- Caravelas
- Cocos
- Encruzilhada
- Eunápolis
- Guaratinga
- Iaçu
- Ibicoara
- Ibicuí
- Ibirapuã
- Ilhéus
- Itabela
- Itapebi
- Itaberaba
- Itacaré
- Itagimirim
- Itamaraju
- Itambé
- Itanhém
- Itapetinga
- Itaquara
- Itarantim
- Jaguaquara
- Jiquiriçá
- Jucuruçu
- Lajedão
- Macarani
- Maragogipe
- Marcionílio Souza
- Mascote
- Medeiros Neto
- Mucugê
- Mucuri
- Mutuípe
- Nova Viçosa
- Porto Seguro
- Prado
- Ribeira do Pombal
- Ruy Barbosa
- Santa Cruz Cabrália
- Santanópolis
- Teixeira de Freitas
- Teolândia
- Vereda
Governador critica passagem de Bolsonaro pela Bahia
Rui Costa considerou como “ato político” a ida de Jair Bolsonaro as cidades atingidas pela chuva no sul do estado. Ele também chamou de “ridícula” a liberação do FGTS (Fundo de Garantia e Tempo de Serviço) à população afetada pela enchente.
“Foi um ato político de campanha, fazendo carreata na cidade de Itamaraju e agredindo jornalistas. Infelizmente, vivemos no Brasil várias tragédias seguidas. A maior tragédia é a gestão do presidente. Bolsonaro não tem nenhum sentimento de humanidade, de empatia”, disse o governador ao UOL News.
Costa disse que a única ajuda que foi dada pelo Governo Federal foram dois helicópteros enviados pela Marinha para auxiliar na entrega de mantimentos e resgate de moradores.