Ações do Nubank disparam após estreia em NY; vale a pena ser sócio?

Nesta quinta-feira (9), as ações do Nubank fecharam em alta na Bolsa de Valores brasileira (B3). A valorização foi de 20,1%, a R$ 10,04. O resultado acontece um dia após a estreia da instituição na Bolsa de Nova York (NYSE, na sigla em inglês).

Na Bolsa de Nova York, os papéis do banco digital aumentaram 14,78%, a US$ 10,33. Na oferta pública inicial (IPO), as ações foram precificadas em US$ 9 por papel.

Diante da valorização registrada nesta quinta, o Nubank chegou a um valor de marcado de US$ 47,63 bilhões, conforme a provedora de informações financeiras Economática.

Com isso, a fintech passou a ser a terceira maior empresa listada em Bolsa de Valores no Brasil. O Nubank está somente abaixo da Petrobras e da Vale.

Antes de abrir os negócios, o banco digital entrou no mercado de ações como a quarta maior companhia brasileira listada em bolsa. Com o desempenho desta quinta, o Nubank ultrapassou a Ambev.

Antes da estreia na bolsa, o Nubank havia disponibilizado aos clientes “pedacinhos” da empresa. A oferta aconteceu por meio de BDRs — recibos de ações estrangeiras negociadas na B3. O programa de sócios foi aceito por 7,758 milhões de clientes.

Perspectivas se vale a pena investir no Nubank

Segundo três casas independentes consultadas pelo Valor Investe, com base no preço inicial de US$ 9, a sugestão é de não investir nas ações (ou BDRs) do Nubank.

A casa de análises Nord Research recomenda não comprar por optar pela BTG e XP. A empresa argumenta que essa dupla possui duas características: retorno sobre patrimônio de ‘bancões’ e crescimento de fintech.

Na perspectiva da casa de análises independentes Levante, a indicação de não investir acontece por observar um risco relevante de perda permanente de capital do investimento em Nubank a esse preço.

Segundo projetado pela equipe, a maioria das companhias brasileiras de tecnologia — que listaram suas ações nos últimos anos — não estará mais nas bolsas em até 15 anos. A casa entende que “o ambiente empresarial é e será cada vez mais complexo”.

A casa de análises Suno Research também não indica a compra. Em relatório, os analistas João Daronco, Lincon Broedel e Tiago Reis não enxergam como o Nubank gerará retorno financeiro para o acionista. A Suno Research afirma que “os cenários competitivos do Nubank se tornam cada vez mais difíceis”.

Já de acordo com o TradeMap, após o registro recente do Nubank, estão bem definidas as estratégias de expansão da fintech. Apesar disso, os riscos existem. Diante disso, a plataforma alega que “a grande questão sobre o Nubank é se as expectativas já não estão precificadas.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.