- Preço da cesta básica aumenta novamente em novembro;
- Brasileiros sentem no bolso os impactos da inflação;
- Norte e Nordeste se mantém com os alimentos mais baratos.
Cesta básica passa por novo reajuste e encarece ainda mais. Fazer feira no Brasil tem sido difícil para parte significativa da população. Com a inflação em alta, muitos estão se desdobrando para conseguir completar a lista de compras. Em João Pessoa, Salvador e São Paulo, os números não são positivos.
Em crise econômica desenfreada, o Brasil tem se destacado pela alta de sua inflação. O resultado direto é o aumento no preço dos alimentos. A cesta básica está há meses em reajustes consecutivos, fazendo com que a população reduza ou substituía os itens de sua lista de compras.
Último balanço da cesta básica
De acordo com as pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), durante o mês de novembro, as regiões com maior alta na cesta básica foram Norte e Nordeste.
As capitais tiveram os seguintes acrescimentos: Recife (8,13%), Salvador (3,76%), João Pessoa (3,62%), Natal (3,25%), Fortaleza (2,91%), Belém (2,27%) e Aracaju (1,96%).
Além dos estados acima do mapa, em Florianópolis (1,40%) e Goiânia (1,33%) também foi possível identificar o aumento dos preços. Na contrapartida, em Brasília (-1,88%), Campo Grande (-1,26%) e o Rio de Janeiro (-1,22%) registraram singelas diminuições.
Onde estão as cestas mais caras do país
A pesquisa leva em consideração a média de preço de venda nos 17 estados do país. De acordo com o levantamento, em novembro a cesta mais cara foi comercializada em Florianópolis (R$ 710,53). Na sequência, estava São Paulo (R$ 692,27), Porto Alegre (R$ 685,32), Vitória (R$ 668,17) e Rio de Janeiro (R$ 665,60).
Ainda com uma alta significativa em novembro, as capitais do Norte e do Nordeste se mantem com os menores preços, especificamente em Aracaju (R$ 473,26), Salvador (R$ 505,94) e João Pessoa (R$ 508,91).
Se comparado com novembro de 2020, o preço da cesta básica foi acrescentado em todas as capitais. No entanto, os locais onde houve o maior aumento foram Curitiba (16,75%), Florianópolis (15,16%), Natal (14,41%), Recife (13,34%) e Belém (13,18%).
Produtos mais caros
O levantamento mensal relevou que os seis produtos mais baratos foram: a batata (-4,99%), o tomate (-4,62%), o leite (-2,60%), o pão (-2,43%), o feijão (-2,06%) e o arroz (-1,74%). Já aqueles que tiveram o maior encarecimento, estão: o café (10,02%), o óleo de soja (3,43%), o açúcar (2,31%), a manteiga (1,25%), a farinha de trigo (0,18%), a carne (0,16%) e a banana (0,13%).
Entre o período entre janeiro a novembro, os alimentos com o maior reajuste foram: o açúcar (59,93%), o tomate (53,72%), o café (51,52%), a farinha de trigo (17,42%), a carne (16,89%), o pão (9,42%), a manteiga (8,56%), o feijão (5,09%), óleo de soja (3,74%) e o leite (0,82%). Já os que registraram baixa foi: a banana (-25,42%), o arroz (-15,80%) e a batata (-9,98%).
No último ano, levando em consideração os levantamentos mensais, a maior alta aconteceu no açúcar (65,30%), no café (55,68%), na farinha de trigo (22,15%) e na carne (21,95%). Já a baixa ficou por conta da banana (-19,86%), o arroz (-14,53%) e a batata (-13,76%) ficaram mais baratos.
Salário mínimo insuficiente
Para 2022, a previsão do salário mínimo fica em torno de R$ 1.200. O valor, no entanto, é totalmente insuficiente. Estudos ainda do Dieese afirmam que, diante do atual cenário de crise, a população precisaria ter uma renda fica de ao menos R$ 5.886,50 para poder sustentar uma família com quatro pessoas.
É válido ressaltar que para fazer essa média do salário ideal, o Dieese leva em consideração justamente o preço da cesta básica que não apresenta a menor previsão de diminuição significativa ao longo dos próximos meses.
Questionado sobre o encarecimento dos produtos, o governo afirma que faz parte do processo de desenvolvimento econômico do país. De acordo com o ministro da economia, Paulo Guedes, o cenário é favorável para o crescimento dos investimentos e logo menos a população sentirá positivamente os impactos de tal prioridade.
Confira os aumentos do salário mínimo do Brasil nos últimos seis anos:
- 2016: R$ 880 (Reajuste de 11,6%);
- 2017: R$ 937 (Reajuste de 6,48%);
- 2018: R$ 954 (Reajuste de 1,8%);
- 2019: R$ 998 (Reajuste de 4,6%);
- 2020: R$ 1.045 (Reajuste de 4,7%);
- 2021: R$ 1.100 (Reajuste de 5,2%).