- Frango e ovos são os itens da cesta natalina com o maior reajuste no preço;
- Consumidores cogitam fazer trocas nos principais alimentos da ceia de Natal este ano;
- Cesta de Natal já custa R$ 328,17.
As festividades de fim de ano sofrerão os impactos da crise econômica que assolou o país no decorrer de 2021. Neste ano, a ceia de Natal será uma das mais caras da história, tornando- se um peso expressivo e desproporcional no bolso do consumidor.
Itens como alimentos, decoração e presentes, os pilares materiais da ceia de Natal passaram por reajustes e estão mais caros do que os preços praticados no ano passado. O principal motivo está relacionado ao fato de que os itens que compõem a cesta básica natalina estão cada vez mais caros.
Alimentos mais caros da ceia de Natal
Alimentos como o frango inteiro são um dos mais procurados nesta época do ano, e também foi o que mais sofreu com o reajuste no preço, com uma alta de 27,34%.
Embora possa causar estranheza, em segundo lugar está o ovo, tradicionalmente usado em saladas, mas que também teve um reajuste na margem de 20%. Na última posição do top três estão os pães, que tiveram um aumento geral de 11,12%.
Mas não para por aí, pois o bacalhau, os vinhos, o lombo e o pernil suíno também tiveram acréscimos de: 7,98%, 7,77%, 6,48% e 3,44%, respectivamente. A pesquisa sobre a alta nos preços dos itens da ceia de Natal contou com o apoio do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Desta forma foi possível identificar que, de todos os produtos avaliados, somente o arroz teve uma queda no preço, de -4,25%. É importante explicar que os dados do FGV consistem em uma variação baseada no acúmulo dos últimos 12 meses, que considera o período de dezembro de 2020 a novembro de 2021.
Na oportunidade, o aposentado Marco Correia em entrevista à CNN Brasil brincou: “O preço está salgado igual o bacalhau. Vai ter bacalhau na Ceia, mas a gente tem que pesquisar”, pontuou.
Enquanto isso, o consultor de varejo, Marco Quintarelli, reforçou que o aumento de carnes como o frango e os ovos, itens cujo os preços estão mais altos, decorre da elevação no valor dos insumos, como o farelo de soja e de milho. Bem como a exportação para o mercado interno, circunstâncias que já estão em prática desde 2020.
Porém, o consultor também lembra sobre a incidência da energia elétrica e do diesel no aumento do frango. O crescimento do consumo de aves em meio à alta nos preços das carnes vermelhas também é outro ponto que deve ser considerado.
Ainda que as carnes vermelhas consideradas de primeira linha tenham tido uma redução em torno de 20%, elas seguem registrando uma alta de 18,68% a mais do que no mesmo período em 2020.
Um levantamento prévio feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) na última semana aponta que o preço da ceia de Natal teve uma alta de 5,91% somente neste ano.
De acordo com a FIPE, em 2020 a cesta de alimentos que compõem a ceia de Natal custava cerca de R$ 309,86, mas em 2021 esse preço já passou para R$ 328,17, um aumento total de R$ 18.
Impacto dos produtos importados na ceia de Natal
A valorização da moeda norte-americana, o dólar, também impacta o bolso dos consumidores brasileiros na ceia de Natal e demais festividades. A cotação do dólar realizada na última segunda-feira, 22, terminou o dia em R$ 5,59 no que compete à moeda comercial.
Por isso, diversos consumidores buscam estratégias para as compras de fim de ano, é o caso do médico Olavo Ribeiro, que em entrevista ao G1 destacou o quanto a moeda brasileira esta desvalorizada e como isso dificulta a compra de produtos importados.
Impacto da inflação na alta da ceia de Natal
Além das previsões quanto à alta da inflação para 9,7%, também é preciso considerar que a base utilizada para identificar o encarecimento da ceia de Natal também tem a influência da taxa inflacionária, o IPC.
Segundo o analista-técnico da Fipe, Marcelo Pereira, “A prévia acaba ficando um pouco defasada devido aos itens que são sazonais. Por exemplo, o lombo, o pernil e o peru têm impacto maior em novembro e dezembro. Por isso, a tendência é que tenha uma alta até o fechamento do índice da cesta, na segunda quadrissemana de dezembro”, afirmou.
Decoração e presentes
Não são apenas os alimentos que ficaram mais caros. Segundo lojistas da rua 25 de março, tradicional centro de compras de São Paulo, os artigos de decoração natalinos também estão mais caros.
O motivo é a falta de estoque, já que devido a pandemia os carregamentos que chegam de outros países foram diminuídos ou pausados, além de ficarem mais caros. A falta de matéria prima para a construção desses itens também interferiu no valor final.
Por conta disso, os comerciantes estão tentando vender os artigos que já possuem em estoque dos anos anteriores. O que causa, por consequência, a diminuição de opções e novidades para os consumidores.
Quanto aos presentes de Natal, com o orçamento mais curto nessa reta final do ano é comum que o dinheiro já não esteja mais sendo reservado para presentar os familiares.
Mas, a pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com Offer Wise mostra que pelo menos 33% da população vai usar parte do seu 13° salário para a compra de presentes.